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Izabela Leal abre primeira exposição individual na galeria Theodoro Braga

Trabalhos da mostra 'M.A.S. Vida de Papel" podem ser conferidos até o dia 29 de novembro

Vito Gemaque

A poeta e professora de literatura Izabela Leal apresenta ao público a primeira mostra individual de artes plásticas “M.A.S. Vida de papel”. A exposição reúne painéis, peças e instalações produzidas a partir de colagens e objetos montados a partir de anotações. O vernissage será nesta quarta-feira, 6, às 19 horas, na Galeria Theodoro Braga, do Centur. A mostra ficará em exposição até o dia 29.

O trabalho da artista foi inspirado em escritos deixados por um homem comum chamado Marco Alberto Schild (M.A.S.), que morreu no Rio de Janeiro em 2015, aos 69 anos. Marco Alberto Schild viveu a maior parte da vida na companhia da mãe e morava em um apartamento no coração do bairro de Copacabana.

Após a morte, a irmã descobriu, guardada em antigas malas, uma quantidade espantosa de anotações feitas nos “suportes” mais inusitados: pacotes de chá de erva-doce, panfletos de cabeleireiro, propagandas de cursos de inglês, envelopes de cartas, folhetos de “compro ouro”, guardanapos e todo tipo de resto de papel que era reaproveitado para dar conta da compulsão para escrever.

Este arquivo pessoal foi utilizado por Izabela para produzir as 25 obras de arte expostas em “M.A.S. Vida de papel”. “A ideia da exposição é justamente de uma pessoa que não tenho muito para falar sobre ela. É uma vida invisível, não tem nada de relevante no modo como a gente pensa a vida, como da profissão, isso ou aquilo, mas tem toda uma complexidade escondida ali, o que inspirou foi deslocar esses escritos para uma outra dimensão artística”, afirma.

Deste modo, o que Izabela Leal propõe na exposição é dar visibilidade à multiplicidade fragmentária do material com que trabalhou. Para isso, ela rearranjou os registros de M.A.S. em séries temáticas: experiências cotidianas, topônimos e fenômenos climáticos, por exemplo. E foi com este enquadramento conceitual que elaborou peças e instalações a partir de colagens, assemblages e objetos montados com numerosas anotações.

“O fato é que para fazer jus ao ato de recolher os detritos descartados ao qual M.A.S. se dedicou com tanta persistência, resolvi produzir todas as peças da exposição com materiais coletados nas ruas ou nas praias, tais como janelas e portas, embalagens de madeira, restos de barcos, todos descartados como objetos sem serventia. As colagens, que evocam os palimpsestos, são muito pertinentes nesse trabalho, pois repetem o gesto empreendido por M.A.S., que já registrava suas narrativas e anotações em retalhos de papel, reunindo uma imensa coleção de pequenos fragmentos de memória, que não chegam nunca a compor uma unidade”, explica.

Agende-se

Exposição "M.A.S. Vida de papel" de Izabela Leal
Local: Galeria Theodoro Braga (Centur), Belém
Vernissage: 6 de novembro, quarta-feira, 19h
Visitação: 6 a 29 de novembro, de 9h às 19h

Cultura