Taxistas de Belém se preparam para aumento da demanda durante COP 30
Profissionais do transporte de passageiros aguardam influxo de visitantes e destacam preparação com cursos de capacitação e aumento da frota.
Faltando menos de duas semanas para o início da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém de 10 a 21 de novembro, taxistas da capital paraense se preparam para o grande aumento na demanda. Com a chegada de representantes internacionais e turistas, motoristas estão se adaptando para garantir o melhor atendimento, incluindo capacitação para lidar com turistas e uma frota ampliada.
A expectativa para o aumento da movimentação na cidade é uma constante entre os taxistas. Lotar Nelson, com 15 anos de experiência, destaca que, apesar da cidade já estar se preparando para a conferência, a demanda de passageiros aumentou significativamente nos últimos dias. "Já peguei sete passageiros que vieram para a COP e outros que estão fazendo levantamentos para montarem seus formulários", conta.
Porém, o que mais chama atenção são as capacitações oferecidas para os motoristas. Alguns taxistas, como Valter Vieira, participaram de treinamentos específicos, que abordaram temas como o atendimento a turistas e o uso de inglês básico. "Fizemos uma prova pelo celular. Estamos aguardando a liberação do certificado", explica Vieira.
Para ele, esses cursos são essenciais para garantir que os visitantes tenham uma experiência satisfatória. "Acredito que a gente está preparado para receber as pessoas, mas é importante estar bem treinado para não perder oportunidades", afirma.
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Aumento da frota e adaptação ao novo cenário
Com o aumento da demanda por táxis, muitos motoristas, como Nelson, estão ampliando a frota de veículos para atender tanto os participantes da COP 30 quanto os moradores da cidade.
"A demanda vai ser alta, não só para os delegados da COP, mas também para quem usa táxi no dia a dia", diz ele, que já começa a observar mais turistas circulando pela cidade.
Além disso, uma das preocupações dos motoristas é a questão dos preços. No entanto, segundo Valter, não há previsão de reajuste nos preços durante o evento.
"Já houve um aumento de R$ 0,46 no mês passado, mas, por enquanto, não haverá novos reajustes", afirma.
A medida traz tranquilidade para os taxistas, que temem o impacto de possíveis aumentos em um período de alta demanda.
Expectativa positiva para o evento
Ambos os taxistas demonstram otimismo em relação à capacidade de Belém em receber grandes eventos como a COP 30. A cidade, que já é um ponto turístico importante na região Norte, agora se prepara para dar uma visibilidade internacional ainda maior.
Para Nelson, o evento internacional será uma oportunidade de mostrar a hospitalidade e a estrutura de Belém para o mundo.
"Eu acredito que a cidade está preparada, e nós também estamos. Vamos fazer o nosso melhor para que todos se sintam bem-vindos", disse.
Apesar dos desafios, o sentimento entre os taxistas é de confiança. A capital paraense já conta com um sistema de transporte adaptado, e a inclusão de treinamentos específicos só reforça a ideia de que o evento será uma vitrine para a cidade e para os profissionais locais.
Transfer deve reduzir parte da procura direita por táxi
O secretário do Sindicato dos Taxistas de Belém, Adilson Roldão, afirmou que a categoria está otimista com a chegada da COP 30 e acredita em um aumento significativo na demanda por corridas durante o evento. “A nossa expectativa é bastante positiva em relação ao aumento da demanda por corridas de táxi durante a COP 30”, disse. Segundo ele, mesmo diante da “concorrência desleal de cerca de 12 mil carros de aplicativos não legalizados”, os 3 mil taxistas regulamentados de Belém seguem cumprindo todas as normas e exigências legais para atuar na cidade.
Roldão destacou que cerca de 60% dos visitantes devem chegar com o serviço de transfer incluído nos pacotes de viagem, o que pode reduzir parte da procura direta pelos táxis. Ainda assim, acredita que haverá crescimento expressivo nos deslocamentos internos, principalmente entre hotéis, pontos turísticos, centros de eventos e áreas comerciais. “A categoria está preparada para atender com qualidade, segurança e profissionalismo, reforçando o papel essencial dos taxistas na mobilidade urbana e na recepção dos visitantes”, afirmou.
O secretário explicou que o Sindicato não promoveu treinamentos específicos por falta de recursos financeiros, mas apresentou diversas propostas ao poder público, por meio da Secretaria de Governo de Belém (Segbel), sem retorno até o momento, segundo ele. Entre as sugestões enviadas estão cursos de idiomas (inglês, espanhol e noções de Libras), capacitações sobre gestão do táxi como negócio, história e identidade de Belém, além da produção de guias turísticos e materiais de apoio para os profissionais.
De acordo com Roldão, o Detran chegou a realizar três reuniões com representantes da categoria, apresentando a proposta de um cadastro para cursos de idiomas, padronização visual dos veículos e emissão de crachás, mas o projeto não avançou. “A listagem dos interessados foi entregue, mas a iniciativa não teve continuidade”, lamentou.
Mesmo diante das dificuldades, o secretário disse que os taxistas seguem determinados a oferecer o melhor serviço possível. “Nos sentimos frustrados, mas continuamos confiantes, contando com a experiência de cada profissional e até com o apoio de ferramentas como o Google Tradutor para atender bem o público durante a COP 30”, concluiu.
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