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Infláveis gigantes chamam atenção durante Barqueata da Cúpula dos Povos

Os animais simbolizam a natureza e a luta dos territórios

Dilson Pimentel
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Durante a Barqueata, que marcou a abertura da Conferência dos Povos, na manhã de quarta-feira (12), em Belém, uma cena chamou atenção de quem acompanhava a travessia pelo rio Guamá: embarcações ornamentadas com infláveis gigantes de animais, que navegavam lado a lado com representantes de comunidades tradicionais da Amazônia.

O ato reuniu aproximadamente 300 embarcações, que saíram da orla da Universidade Federal do Pará (UFPA) - local onde a Cúpula é realizada entre os dias 12 e 16 deste mês - e seguiram até a Vila da Barca, no bairro do Telégrafo, mobilizando representações sociais de diversas regiões da Amazônia.

Além de bandeiras e faixas com mensagens que cobravam maior ambição nas ações climáticas e denunciavam as chamadas “falsas soluções”, a Barqueata trouxe também seis grandes infláveis - um globo, uma abelha, uma tartaruga, uma capivara, um lobo-guará e um bem-te-vi -, símbolos da natureza que os povos da floresta e das águas buscam proteger.

“Além de bandeiras e faixas com mensagens cobrando maior ambição nas ações climáticas e denunciando as falsas soluções, a Barqueata trouxe também seis grandes infláveis, representando a natureza junto com os povos de diferentes territórios que protegem a biodiversidade, a cultura e a própria vida”, disse Tica Minami, jornalista/comunicadora e articuladora de redes. O coletivo do qual ela faz parte criou esses infláveis.

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União entre natureza e povos dos territórios, destaca jornalista Tica Minami 

Os infláveis chamaram atenção não apenas pelas cores, mas também pelas proporções. O globo media sete metros de diâmetro; a capivara e a abelha, sete metros de altura e três metros de largura cada; a tartaruga, seis metros de diâmetro; o lobo-guará, três metros de altura; e o bem-te-vi, cinco metros de altura.

Ainda segundo Tica Minami, a ideia de levar os infláveis de animais e o globo para o rio foi representar a união entre natureza e povos dos territórios - indígenas, ribeirinhos, quilombolas, camponeses, sem-terra e integrantes do movimento negro - que convivem e cuidam da biodiversidade amazônica. “A ideia foi representar, junto com esses povos de diferentes territórios - os povos indígenas, os ribeirinhos, os povos das águas, os sem-terra, os quilombolas, o movimento negro -, essa força coletiva. São povos que já vêm cobrando maior ambição nas ações de combate à crise do clima e à crise de biodiversidade. E também cobrando que as soluções já existem”, destacou.

Para a ativista, as respostas para a crise climática e ambiental estão nos próprios territórios e nas formas de vida tradicionais que estabelecem uma relação de equilíbrio com a natureza. “As soluções existem e estão nos territórios, porque esses povos já têm uma relação diferenciada com a natureza. É uma relação que gera bem-estar, gera qualidade de vida. Ao contrário do sistema que a gente tem hoje, que é um sistema de opressão e dominação da natureza e que acaba resultando nessas diferentes crises que a gente vê hoje: a crise da biodiversidade, a crise do clima”, afirmou.

Tica Minami também destacou que a crise atual vai além da dimensão ambiental. “Essa crise não é só ambiental. Ela também é uma crise de liderança e de valores. E os povos - reunidos ali, mais de 5 mil pessoas - estão querendo passar essa mensagem”, concluiu. A Barqueata, marcada por cores, cânticos e símbolos, transformou o rio Guamá em um grande palco de resistência e celebração. 

Segundo Iury Paulino, do Movimento dos Atingidos por Barragens, uma das instituições organizadoras do evento, a Barqueata “foi um sucesso. Aproximadamente 300 embarcações, em torno de 5 mil pessoas embarcadas, pessoas de diversos países e de outros estados do Brasil. Ele acrescentou: “A gente acredita que mandou a mensagem que nós queríamos mandar ao mundo: de levar essas pessoas a estar próximas do que é a realidade dos povos que vivem e que defendem a Amazônia”.

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