Governo Federal garante 500 leitos em navios para países em desenvolvimento participarem da COP 30
Os custos da hospedagem serão cobertos pelo Fundo Fiduciário da UNFCCC ou diretamente pelos países interessados
O Governo Federal anunciou a formalização do Contrato de Garantia de Solução de Hospitalidade com a Embratur, que visa garantir a oferta de hospedagem em navios durante 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorrerá em novembro de 2025 na capital paraense. A medida, oficializada na última quinta-feira (24), foi idealizada com o objetivo de atender à demanda de hospedagem para o evento e para se tornar uma opção mais viável para as delegações de países em desenvolvimento, com a oferta de 500 leitos para este público. O Secretário Extraordinário para a COP 30, Valter Correia, destacou a importância do envolvimento de países nas negociações climáticas e a função estratégica da hospitalidade flutuante nesse contexto.
Ao todo, o contrato prevê a disponibilização de seis mil leitos em navios cruzeiro, com uma reserva inicial garantida para a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), conforme compromisso firmado pelo Brasil como país-sede da COP 30. O valor total do contrato com a Embratur é de R$ 263 milhões, mas o desembolso imediato será de R$ 30 milhões. Essa quantia cobre a garantia dos leitos para a equipe do Secretariado da ONU e os custos operacionais da Embratur.
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Segundo o governo, a diferença do valor será coberta com a venda de cabines ao público em geral. A autarquia ficará responsável pela supervisão de toda a operação.
Efeitos do clima
O contrato também assegura a reserva de 500 leitos para países em desenvolvimento, com os custos cobertos pelo Fundo Fiduciário da UNFCCC ou pelos próprios países. A medida busca garantir a ampla representatividade das nações mais vulneráveis aos efeitos da crise climática.
“Eles (países participantes) são fundamentais, porque são os mais atingidos pelo efeito do clima, são os que mais sofrem. Tratamos, por exemplo, dos países insulares. Eles estão correndo o risco de desaparecer do mapa por causa do aumento do nível do mar. Se você pegar países africanos, ou mesmo da América do Sul, todos estão sofrendo muito com o aquecimento global. Eles precisam estar presentes nas discussões e serem ouvidos. Não dá para fazer uma COP apenas para países ricos. Os países que mais sofrem têm que estar aqui e colocar suas vozes de forma contundente”, defendeu Valter Correia.
Correia ainda ressaltou que a infraestrutura planejada deixará um legado duradouro para Belém. “Estamos garantindo a infraestrutura necessária para receber com dignidade os participantes da COP30, ao mesmo tempo em que deixamos um legado importante para a população local, com a revitalização do Porto de Outeiro, que passará a ter capacidade para receber navios de turismo”, disse.
Para viabilizar a atracação dessas embarcações de grande porte, o Porto de Outeiro está sendo revitalizado e ampliado, em um investimento considerado estratégico para garantir a estrutura necessária à conferência, e para impulsionar, futuramente, o turismo na região amazônica.