Ecomuseu do Mangue: ônibus diferenciado chega a Belém e destaca importância do ecossistema na COP 30
O museu funciona em um ônibus e seus idealizadores saíram de Fortaleza para a capital paraense
Um museu itinerante que funciona em um ônibus. Assim é o Ecomuseu Natural do Mangue, cujos participantes saíram de Fortaleza (CE) para acompanhar as atividades paralelas da COP 30, em Belém. Idealizador e diretor do Ecomuseu, Rusty Sá Barreto contou que Ecomuseu é uma ONG que existe desde 2001 e que nasceu de um ativismo ambiental. “A vontade de fazer a diferença através da conscientização, da sensibilização, do olhar, do ver e do sentir esse ecossistema", disse. "Nós estamos falando de um ecossistema desprezado, menosprezado e pouco conhecido. E aí vem a interação entre o Ecomuseu do mangue e as comunidades, mostrando os seus valores, a sua cultura, a sua tradicionalidade”, afirmou.
O ônibus data de 1972. “Dentro dele a gente leva a nossa casa e também o Ecomuseu. Para que? Para as comunidades. A vinda até aqui foi um desafio muito grande, porque a gente sabe que não é fácil não ter apoio institucional”, destacou. Rusty contou que a iniciativa começou de forma inusitada, com um antigo bar destinado a acolher motociclistas. A partir da percepção da falta de educação ambiental, de gestão pública adequada e de conscientização sobre o manguezal, o espaço foi transformado em um projeto social. “Nós entendemos que fazer e atuar é mais importante do que só falar. Então nós fechamos o bar e começamos uma ação cidadã, conhecida como Projeto Educar Sabiaguaba. Depois conhecemos a Ecomuseologia, e aí o Museu do Mangue aconteceu, nasceu e hoje nós somos uma ação que está sendo difundida em todo o estado”, afirmou ele, que é mais conhecido como Barretão.
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Ecomuseu é uma opção cidadã, ativista e preservacionista
O Ecomuseu Natural do Mangue funciona em duas frentes: uma é a sede fixa, localizada na praia de Sabiaguaba, em Fortaleza, e a outra é o museu itinerante que percorre diferentes regiões em um ônibus adaptado. O veículo leva parte do acervo, que inclui fauna e flora do manguezal, expostos do lado de fora para facilitar o acesso do público. “O Ecomuseu é uma opção cidadã, ativista e preservacionista. Nós trabalhamos exatamente com aulas de campo. Mostramos a importância do ecossistema manguezal para a população através das escolas, das igrejas e das famílias. Isso focado na intenção de que eles, quando conhecem, cuidem e, quando cuidam, amem”, afirmou.
A equipe veio de Fortaleza especialmente para acompanhar as atividades da COP 30. A viagem durou dois dias, com pernoites em postos de gasolina e comunidades tradicionais. “Estamos há mais ou menos uma semana fora de casa e pretendemos interagir mais com as comunidades aqui de Belém do Pará”, contou Rusty, ao lado da moto que também faz parte da história do projeto. Ele disse que o primeiro acervo do museu começou justamente nesse veículo, antes da adaptação do ônibus.
Sem apoio governamental, o trabalho é mantido com esforço próprio e engajamento comunitário. “Nós somos raça, cidadão”, reforçou Rusty, em tom de apelo para que a iniciativa seja mais conhecida e valorizada. Ele viaja com a esposa, Sineide Moreira Crisóstomo, cofundadora e coordenadora pedagógica do Ecomuseu, e o neto Harley, que também é educador.
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