Defesa Civil de Belém forma 2ª turma de voluntários para o Círio e para a COP 30
A expectativa é formar mais de quatro mil pessoas até novembro
A Defesa Civil do Município de Belém capacitou, nesta terça-feira (10), a segunda turma de voluntários para atuação em emergências e eventos de grande porte, como o Círio de Nazaré e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro de 2025 na capital paraense. Os 25 novos voluntários passaram por uma formação teórica e prática no auditório da Aldeia Cabana Amazônica David Miguel, no bairro da Pedreira.
A capacitação tem quatro horas de duração, com orientações sobre temas essenciais como introdução à Defesa Civil, primeiros socorros, combate a incêndios e prevenção de acidentes domésticos. A primeira turma, com 70 pessoas, recebeu a qualificação no dia 3 de junho, e uma terceira, está marcada para 17 de junho, totalizando 180 voluntários na primeira etapa do programa. A expectativa é formar mais de quatro mil pessoas até novembro.
De acordo com o Diretor Operacional da Defesa Civil do Município de Belém, Márcio Pereira, todos estarão qualificados para atuar em situações de emergência nas suas comunidades e também, nos grandes eventos. “Eles estarão sendo qualificados com o nosso cronograma de Defesa Civil, combate a incêndios, com extintores, acidente doméstico, panela de pressão, ventiladores, e vários tipos de acidentes que acontecem nas residências, e com os primeiros socorros, que é o que mais acontece no Círio e em eventos de multidões, onde as pessoas desmaiam e passam mal”, declarou.
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Uma das maiores manifestações religiosas do Brasil, o Círio de Nazaré reúne mais de dois milhões de fiéis nas ruas de Belém, no mês de outubro. A celebração mobiliza todo o Estado do Pará com um grande aparato de segurança para os romeiros, promesseiros e turistas que visitam a capital paraense. Já a COP30, que acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro, deve reunir chefes de Estado, lideranças indígenas, ambientalistas, cientistas e representantes da sociedade civil de todo o mundo. A expectativa é de que cerca de 40 mil pessoas participem da conferência.
Durante os grandes eventos, os voluntários trabalharão mais com a prevenção, mas, também, estarão preparados para ocorrência de sinistros e desastres. “Eles estarão preparados e habilitados para isso em busca do conhecimento. A psicologia do pânico requer conhecimento, reconhecimento, atuação e comportamento. Quando realmente se comporta de maneira adequada é porque vem em busca do conhecimento. Estamos aqui para isso, em parceria com Defesa Civil do Corpo de Bombeiros, e a Defesa Civil Município”, afirma Pereira.
A voluntária Jamilly Cancio, de 26 anos, formada em Engenheira Civil, espera utilizar os novos conhecimentos para ajudar os moradores do bairro do Jurunas. “Estou participando pela primeira vez. Soube da oportunidade pelo Instagram da prefeitura e pelo Corpo de Bombeiros. Achei bastante interessante, eu moro no Jurunas e a gente vê muitos potenciais riscos na nossa comunidade que é formada por uma população mais carente. Várias casas não são regulamentadas, a estrutura não é bem feita, tem remendos, digamos assim. Uma mistura de concreto com madeira. Já aconteceram incêndios na comunidade do Jurunas e na Cremação, que é lá próximo, então vi nessa formação a oportunidade de ajudar um pouco as pessoas onde vivo e a população de Belém também”, afirma.
Jamilly aprendeu mais sobre os riscos e vulnerabilidades da comunidade que podem ser prevenidas. “Eles deram a introdução para a gente para começarmos a reparar, o que tem ao nosso próprio redor, a quem recorrer e o que a gente mesmo pode fazer. Achei muito interessante”, assegura.
A jovem pretende atuar como voluntária da Defesa Civil e ingressar futuramente no Corpo de Bombeiros e trabalhar na Defesa Civil do Estado. “A nossa população é muito carente de informação. É de extrema importância que tenha essa comunicação com a sociedade”, destacou.
O Soldado Santos, do Corpo de Bombeiros Militares do Pará (CBMPA), um dos professores da formação, percebe que muitos voluntários já possuem características importantes como a pro-atividade, mas ainda falta a formação teórica. A formação teórica garantirá a eficiência necessária nos momentos das ocorrências. “Em um cenário de crise, em um cenário de desastre, eles precisam ter a sua tranquilidade para saber se posicionar, ter um certo equilíbrio nas ações para que aquilo tudo seja solucionado em favor geral”, destaca.
Ele ressalta que a formação ajudará na prevenção e segurança dos grandes eventos futuros. “Há eventos vultuosos e há uma certa possibilidade de ocorrência de crises, que fogem a um evento superficial. Necessariamente que esses voluntários terão uma ideia do que fazer, de como fazer, como gerir essas certas ocorrências de grande vulto, que podem vir a ocorrer, tendo em vista que terá um aumento significativo na população no município e temos que ter recurso humano preparado para resolver esses problemas”, adiantou.
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