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COP 30: portões são liberados para entrada de participantes após protesto de grupo indígena

O protesto levou a ONU a orientar participantes credenciados a utilizarem acessos alternativos até a normalização da entrada

Thaline Silva*
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Na manhã desta sexta-feira (14), indígenas do povo Munduruku, articulados pelo Movimento Ipereg Ayu, realizaram um ato em frente à entrada da Blue Zone da  30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém, bloqueando temporariamente o acesso ao local. Os portões foram liberados pouco depois das 9h30, após o fim da manifestação pacífica. O grupo denuncia que o governo federal avança em projetos de infraestrutura que ameaçam o território Munduruku e impactam povos das bacias do Tapajós e Xingu, sem cumprir a consulta prévia, livre e informada prevista na Convenção 169 da OIT.

O protesto levou a ONU a orientar participantes credenciados a utilizarem acessos alternativos até a normalização da entrada. Durante o bloqueio, a entrada principal da Blue Zone ficou fechada, e o público pôde ingressar pelo acesso que vinha sendo usado como saída do evento.

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Em nota, o Movimento Munduruku Ipereg Ayu afirmou que, além dos grandes empreendimentos, também protesta contra projetos de crédito de carbono e mecanismos de REDD+ jurisdicional discutidos na COP 30 e em negociações governamentais. Para o movimento, tais iniciativas representam uma “venda da floresta”, retiram autonomia dos povos tradicionais e permitem a entrada de empresas e intermediários nos territórios, sem enfrentar o que consideram as causas estruturais da crise climática: o desmatamento industrial, o garimpo, as hidrovias e a expansão da soja.

“O governo e o mundo precisam entender que nossa floresta não está à venda. Nós não negociamos a mãe natureza”, afirmou uma liderança Munduruku durante o ato.

O decreto que motivou o protesto — o nº 12.600/2025 — instituiu o Plano Nacional de Hidrovias e incluiu os rios Tapajós, Madeira e Tocantins como eixos prioritários para navegação de cargas. Os Munduruku argumentam que a medida abre caminho para novas dragagens, derrocamento de pedrais sagrados e expansão de portos privados na região.

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia

 

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