COP 30 em Belém mobiliza forças de segurança em operação histórica
"Conferência será duas ou três vezes maior do que as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro", diz diretor de projetos de grandes eventos da Secretaria Geral do Ministério das Relações Exteriores, Francisco Fontenelle
O maior evento que já ocorreu no Brasil, até agora, foram as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. “A COP 30 será duas ou três vezes maior do que as Olimpíadas”. É o que afirmou, nesta quarta-feira (14), o diplomata Francisco Fontenelle, diretor de projetos de grandes eventos da Secretaria Geral do Ministério das Relações Exteriores. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas será realizada, em novembro deste ano, em Belém.
Ele participou, pela manhã, do Seminário sobre Escolta e Batedor para a COP 30, com a participação de profissionais de diferentes instituições de segurança pública, defesa e mobilidade urbana. O encontro ocorreu no auditório do Censipam, localizado na sede da Polícia Rodoviária Federal no Pará, e reuniu especialistas para discutir os principais desafios e estratégias operacionais voltadas ao deslocamento seguro de autoridades e delegações durante a COP 30.
Com foco na cooperação interinstitucional e na construção de protocolos coordenados, o seminário teve como objetivo promover a integração técnica entre os órgãos envolvidos nas atividades de escolta e batedor, analisando boas práticas, experiências anteriores e soluções logísticas adequadas ao contexto amazônico. A programação do evento inclui painéis sobre a atuação das agências com batedores, o planejamento de segurança para a COP 30, mobilidade urbana e estruturação da Central Conjunta de Batedores. A iniciativa busca ampliar o alinhamento entre as instituições, consolidando um modelo de operação conjunta baseado na confiança, na articulação e na excelência operacional.
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O diplomata Francisco Fontenelle disse que, em relação à COP, tudo é importante. “Absolutamente tudo. E, sem essa reunião que nós estamos tendo aqui agora, é impossível ter uma COP 30 com sucesso. Porque tudo vai depender da integração dessas forças aqui”, afirmou. “O Itamaraty é a 'cereja do bolo', porque nós cuidamos de todas as delegações estrangeiras que vem. Nós estamos recebendo chamados de quase todas as embaixadas perguntando isso e aquilo. Temos que alinhar tudo para saber como vai funcionar, porque colocar aqui 100 delegações vai ser uma tarefa bastante hercúlea. E haja açaí e tacacá para sustentar”, comentou.
Sobre os maiores desafios, Francisco citou a hospedagem. Ainda nesta quarta-feira ele teria reunião com representantes da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e de outras instituições, para tratar sobre pouso e decolagem de aviões, abastecimento das aeronaves para outros aeroportos a três horas de voo de Belém. “Porque, aqui, não cabe estacionamento de todos os aviões”, disse. E foi nesse contexto que ele comentou que a COP será o maior evento já realizado no Brasil.
Mobilidade em Belém é um dos desafios para a PRF
Superintendente da PRF no Pará, Haroldo Teixeira Silva disse que a previsão é que mais de 100 chefes de estado, e delegações de aproximadamente 200 nações, participem da COP 30. “Serão dezenas de deslocamentos oficiais em poucos dias da conferência. Garantir a segurança, a pontualidade e a fluidez durante esses deslocamentos é, sem dúvida, o maior desafio operacional dos últimos tempos para as instituições de segurança do Pará”, afirmou. Ele observou que a realização deste seminário, com ênfase na atividade de escolta de autoridades com batedores, reveste-se da maior importância.
“O seminário tem a função de buscar, primeiramente, a integração de todas as instituições de segurança pública que vão atuar na segurança de autoridades, mais precisamente com batedores das autoridades, dos chefes de Estado que vêm para a COP 30. Nosso maior objetivo é buscar trocar conhecimento, saber da capacidade técnica e operacional de cada instituição que vai participar conosco”, afirmou.
A matriz de responsabilidade do evento da COP 30 sobre a central de escolta é organizada pela Polícia Rodoviária Federal. "Então nós vamos buscar justamente a união, a cooperação, para que durante o evento a gente esteja totalmente integrado", explicou. "Os principais desafios de uma capital como Belém do Pará, com certeza, dizem respeito à mobilidade urbana nesse deslocamento das escoltas. Como a gente tem uma prospecção de mais de 100 chefes de Estado presentes na capital, então serão muitos deslocamentos de escolta com batedores. E isso impacta no trânsito da nossa cidade. A princípio, o planejamento da Polícia Rodoviária Federal para a COP 30 contará com 800 policiais de outros Estados que vêm participar da operação", afirmou.
Diretor de Operações da PRF, Marcus Vinícius Silva de Almeida disse que a instituição já vem atuando em grandes operações há muitos anos. Ele citou o Pan-Americano, Parapan, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo “Essa expertise nós já temos”, comentou. “O grande desafio de ser realizado em Belém é muito a parte logística. Talvez um trabalho muito importante de chegada na sociedade para que eles entendam o tamanho do evento e a importância para o país desse evento. Então esse é o nosso maior desafio, porque a parte técnica, a nossa experiência de outros eventos, a gente vai trazer para aqui. Eu tenho certeza que a gente vai desenrolar isso com o maior comprometimento possível”, afirmou.
O diretor também comentou sobre as estratégias que serão adotadas pela PRF durante a COP 30. “Nós estamos aqui realizando esse seminário com seis meses de antecedência (da realização da conferência). Então, a estratégia é levantar, principalmente na parte de escoltas e batedores, todos os corredores (de tráfego), fazer o levantamento dos pontos principais onde pode causar ameaça para a gente, principalmente a segurança pública das autoridades. Então a gente já vem fazendo isso com bastante antecedência para que a gente não tenha dissabores na época do evento”, afirmou.
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