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Com bloqueios da COP 30, motoristas adotam rotas alternativas para circular em Belém

Para chegar mais rápido ao seu destino, muita gente tem usado patinetes

DILSON PIMENTEL
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A realização da COP 30, em Belém, tem provocado mudanças significativas no trânsito da capital e afetado diretamente o cotidiano de motoristas que dependem da mobilidade urbana para trabalhar. Com ruas interditadas, reforço de segurança e mudanças de fluxo, profissionais relatam atrasos, gastos adicionais e dificuldades para cumprir suas obrigações diárias. Para chegar mais rápido ao seu destino, muita gente tem usado patinetes.

O taxista Lucas Lima, 31 anos, que atua na profissão há dois anos, contou que o movimento na cidade aumentou consideravelmente durante a COP 30, impulsionado pela grande presença de estrangeiros, jornalistas e representantes de diversos países. Segundo ele, apesar da movimentação, alguns pontos registram lentidão, especialmente próximos às áreas onde as atividades ocorrem. Para driblar os congestionamentos, Lucas tem adotado rotas alternativas.

“Por exemplo, a rodovia Arthur Bernardes, para sair do centro da cidade. A avenida João Paulo II também é uma opção. Dependendo de onde a gente está, dá para usar a (avenida) Perimetral até chegar na (avenida) João Paulo II. São rotas que têm essa fluidez”, explicou. O taxista afirmou ainda que transportar pessoas de diversas nacionalidades é uma experiência positiva e serve como preparo para os grandes eventos que Belém poderá receber no futuro.

Apesar do aumento da demanda, Lucas relatou dificuldades específicas após a ampliação da área de segurança na região da Green Zone, determinada pela ONU após manifestações de povos indígenas na Blue Zone. Segundo ele, o Detran, por determinação da ONU, para reforçoo de segurança, passou a proibir que táxis parassem na área, impedindo embarque e desembarque de passageiros.

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image O taxista Lucas Lima contou que o movimento na cidade aumentou consideravelmente durante a COP 30, impulsionado pela grande presença de estrangeiros, jornalistas e representantes de diversos países (Foto: Ivan Duarte/O Liberal)

Ele lembrou que, no início do evento, cinco táxis trabalhavam em um ponto provisório para atender o público, mas a medida foi suspensa. “A gente tem tido muita dificuldade para encostar lá na frente, para embarcar ou desembarcar alguém. Os agentes do Detran querem dar fluidez, mas pedimos compreensão para que haja maleabilidade”, afirmou. Lucas relatou o caso de um colega de profissão autuado por permanecer mais de 30 segundos no local enquanto uma passageira abria o aplicativo para pagar a corrida. “A gente está a três, quatro dias do fim do evento. Atendemos ao chamado do governo, fizemos curso, plotamos carros, fizemos cadastro. Só que, com essa determinação da ONU, não estamos conseguindo trabalhar (naquela área) com tranquilidade”, disse

A categoria pede que governo do estado, prefeitura e a Secop intercedam junto à ONU para permitir que dois ou três táxis permaneçam em áreas próximas, garantindo atendimento aos estrangeiros e aos participantes da COP.

Motoristas de aplicativo também enfrentam dificuldades

O motorista de aplicativo Adalto Luz, 47 anos, afirmou que os transtornos fazem parte de um evento de grande porte, mas reconhece que horários de pico e chuvas têm tornado o deslocamento mais complicado. Ele também tem buscado alternativas para circular. “Para o aeroporto, por exemplo, eu pego a travessa Alferes Costa, saio no (conjunto) Paraíso dos Pássaros e tiro da Júlio César. Todo dia é um conhecimento a mais”, contou. Sobre transportar estrangeiros, Adalto disse que a experiência tem sido tranquila: “A gente passa confiança. É bom. Uma experiência interessante”. Para César Augusto, 36 anos, encanador hidráulico que está atuando como mototaxista por aplicativo, as mudanças no trânsito “foram de ruim para pior”.

Ele contou que os desvios aumentaram a distância das viagens, o consumo de combustível e os custos de manutenção, mesmo utilizando um veículo mais ágil. “O que era para ser uma distância X, a gente vai muito além. Só sai perdendo”, contou César afirmou que as únicas rotas alternativas possíveis são as baixadas — consideradas mais perigosas tanto para motoristas quanto para passageiros. Em sua opinião, os agentes deveriam dar mais orientações sobre as rotas alternativas de trânsito.

image O motorista de aplicativo Adalto Luz, 47 anos, tem buscado alternativas para circular pela cidade (Foto: Ivan Duarte/O Liberal)

Rotas alternativas recomendadas

O diretor de Transporte da Secretaria de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade Urbana de Belém (Segbel), Isaías Reis, detalhou as condições do trânsito nos principais corredores que dão acesso à COP 30, reforçando interdições, rotas alternativas e pontos de maior retenção no entorno da Blue Zone e da Green Zone.

Segundo ele, as interdições atuais permanecem exatamente como no início do evento. São elas:

- Avenida Júlio César, entre as avenidas Almirante Barroso e Pedro Álvares Cabral;

- Avenida Brigadeiro Protásio, entre as avenidas Júlio César e Doutor Freitas;

- Avenida Doutor Freitas, entre as avenidas Romulo Maiorana e Visconde de Inhaúma;

- Avenida Duque de Caxias, entre a travessa Alferes Costa e avenida Doutor Freitas.

Essas restrições seguem vigentes até os dias 22 ou 23, dependendo da programação oficial da conferência.

Isaías Reis reforçou os desvios recomendados pela Segbel para reduzir o impacto do fluxo intenso de veículos nos horários de pico:

Sentido Almirante Barroso - Aeroporto: acessar Dr. Freitas, Romulo Maiorana, Alferes Costa, Senador Lemos e Júlio César até o destino.

- Aeroporto – sentido Almirante Barroso: seguir pela Júlio César, Pedro Álvares Cabral, Doutor Freitas e, a partir daí, escolher entre Pedro Miranda, Marquês de Herval ou Visconde para seguir o trajeto desejado.

Atenção na área da Green Zone

O diretor também destacou que todas as demais vias permanecem abertas e que não houve criação de novas áreas de estacionamento proibido exclusivamente por causa da COP 30. Onde não existe sinalização específica, o estacionamento funciona dentro da normalidade. Ele lembrou, ainda, que a Alferes Costa opera em sentido único, da Romulo Maiorana à Pedro Miranda, conforme já definido antes do período da conferência.

Um ponto crítico de circulação se mantém na confluência entre a Senador Lemos e a Doutor Freitas. O trecho, que dá acesso direto à Green Zone, registra fluxo lento durante todo o dia por concentrar grande volume de embarque e desembarque de participantes. “Se os condutores puderem evitar esse cruzamento, será melhor. A via fica com fluxo lento o dia inteiro devido à movimentação da Green Zone. Quem não tiver necessidade de passar por ali deve optar por rotas alternativas”, orientou Isaías. A Segbel reforça que o monitoramento permanece constante durante a COP 30 e que ajustes poderão ser feitos conforme a demanda.

Em nota, o Departamento de Trânsito do Estado (Detran) informa que os veículos de transporte de passageiros, como táxi e aplicativos, continuam com embarque e desembarque autorizados na área sinalizada desde o início da Conferência.

 

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