Ampliação da Rua da Marinha receberá investimento de R$ 248,5 mi do BNDES
Obra deve beneficiar 215 mil pessoas e integra pacote de R$ 1,5 bilhão do banco para o Pará

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, em entrevista exclusiva ao O Liberal, que irá financiar a duplicação da Rua da Marinha, em Belém. Com um investimento de R$ 248,5 milhões, a obra faz parte do plano estratégico da preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada na capital paraense em novembro deste ano. De acordo com a estatal, a ampliação da via deve beneficiar cerca de 215 mil pessoas, o equivalente a 12% da população de Belém.
Localizada no chamado ‘Polígono da COP’, a intervenção foi planejada para conectar duas importantes vias da cidade — a Avenida Centenário e a Rodovia Augusto Montenegro —, facilitando o deslocamento entre os municípios da Região Metropolitana de Belém e ampliando o acesso a equipamentos públicos estratégicos, como o Aeroporto Internacional de Belém, o Estádio Mangueirão e o Hangar - Centro de Convenções.
Com 3,5 quilômetros de extensão, a obra está dividida em dois trechos: o primeiro contempla a ampliação da via já existente, com duplicação da pista, melhorias na drenagem e na circulação de pedestres e ciclistas. O segundo trecho corresponde ao prolongamento da Rua da Marinha, criando uma nova conexão viária com a Avenida Centenário, o que irá melhorar a mobilidade urbana na capital paraense.
A nova via contará com três faixas em cada sentido, ciclovias, calçadas largas, áreas de estacionamento e pistas exclusivas para ônibus. De acordo com o Governo do Pará, a obra também terá sinalização gráfica horizontal e vertical, paradas de ônibus recuadas com totens informativos e nova iluminação em led, proporcionando mais conforto e segurança aos usuários da via.
A via terá, ainda, uma rotatória sobre o Canal São Joaquim, que interligará a Rua da Marinha com a Perna Norte, que forma o Complexo do Mangueirão, reduzindo o tempo de viagem em relação aos hoje observados.
“Não são obras para a COP, são para as pessoas”
A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destaca que o recurso faz parte do Plano de Investimentos para a COP30, alinhado entre o banco estatal, o Governo do Pará, o Ministério das Cidades e a Casa Civil desde setembro de 2023. Mas faz questão de enfatizar: “Não são obras para a COP, são para as pessoas. É uma entrega permanente que ficará como legado para a cidade”, garantiu.
A ampliação da Rua da Marinha não é uma ideia nova. Desde 2008, o Plano Diretor de Belém classifica a via como "arterial secundária", com papel estratégico no planejamento do trânsito da cidade. A nova intervenção segue esse traçado e moderniza a proposta com soluções de drenagem pluvial, redução de alagamentos, espaços de circulação não motorizada e faixas exclusivas para transporte coletivo.
Investimento bilionário
A duplicação da Rua da Marinha é apenas uma entre as diversas ações que o BNDES está apoiando em Belém. No total, o banco está investindo cerca de R$ 1,5 bilhão em projetos voltados à mobilidade, infraestrutura urbana, drenagem e sustentabilidade. Entre os principais empreendimentos, estão os de macrodrenagem e urbanização de diversos canais: Caraparú, Cipriano Santos, Gentil Bittencourt, Martir, Murutucu, Timbó e Vileta.
Também estão incluídos no pacote o Parque Linear da Almirante Tamandaré e os terminais hidroviários Internacional e da Tamandaré, além da requalificação do Hangar - Centro de Convenções. “Algumas dessas áreas nunca receberão visitantes da COP, mas vão beneficiar mais de 500 mil pessoas com serviços e infraestrutura que a cidade esperava havia décadas”, destacou a diretora Socioambiental do banco.
Presença na Amazônia
Durante a entrevista, Tereza Campello falou ainda sobre o papel do BNDES na Amazônia. Segundo ela, há uma diretriz de fortalecer a atuação do banco na região, tradicionalmente menos atendida pelos financiamentos federais. “O BNDES era visto como um banco da indústria do Sudeste. Hoje, metade do nosso crédito vai para pequenas empresas, e estamos trabalhando para nos aproximar do Norte e do Nordeste com ações como o ‘BNDES Mais Perto de Você’”, explicou.
A presença na Amazônia também responde a uma missão estratégica: viabilizar a transição energética e a geração de emprego com base na bioeconomia. “A Amazônia tem um potencial enorme. O BNDES coordena o Fundo Amazônia e o Fundo Clima, ambos voltados para manter a floresta em pé, mas também para gerar renda para quem a preserva. Isso inclui ribeirinhos, quilombolas, comunidades extrativistas e tradicionais”, finalizou Tereza Campello.
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