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Sem cortes imediatos das emissões, aquecimento global tem projeções perigosas, afirma ministro

Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destaca que é preciso encarar os desafios climáticos com honestidade

Valéria Nascimento

Em Belém, na noite desta quarta-feira (5), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez uma síntese dos compromissos que devem ser assumidos pelos líderes mundiais tanto na Cúpula dos Líderes, que inicia nesta quinta-feira (6), quanto na COP30, a partir da segunda-feira (10).

Ele destacou que nas agendas em Belém, a exemplo desta quarta-feira (5), em que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com  chefes de estados e representantes de organismos internacionais – a exemplo da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen – Lula tem reiterado em todos os seus encontros, que agora é o momento de ação.

"A COP 30 é a COP da verdade, passar da fase de negociação das regras para a implementação, e será um momento dos líderes globais encararem com honestidade o desafio da mudança do clima. A realidade impõe respostas mais fortes e rápidas", destacou Mauro Vieira.

Metas climáticas reduzem apenas ligeiramente as projeções perigosas de aquecimento global

O ministro acrescentou: "Um bom exemplo é que ontem, (terça-feira, 4), foi publicado o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2025: Fora da Meta do PNUMA, mostrando que mesmo no cenário de implementação total das novas metas climáticas já apresentadas por 64 países, o planeta ainda caminha para um aquecimento entre 2,3ºC e 2,5º₢  até o final do século 21, muito acima, portanto, do limite de 1,5ºC, estabelecido no Acordo de Paris (assinado em dezembro de 2015)".

O relatório citado aponta que as projeções de aquecimento global ao longo deste século, com base na implementação total das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), são agora de 2,3-2,5°C, em comparação com 2,6-2,8°C no relatório do ano passado. A implementação apenas das políticas atuais levaria a até 2,8°C de aquecimento, em comparação com 3,1°C no ano passado.

”Os cientistas têm alertado que sem cortes imediatos e coordenados das emissões, o aquecimento global pode ultrapassar 1,7°C já na década de 2030, agravando os desastres climáticos e as desigualdades. O Brasil assumiu este forte compromisso com a ação climática no terceiro mandato do presidente Lula. Este tema tem sido prioridade na nossa política externa, mas não é um desafio que o Brasil possa vencer sozinho. A resposta precisa ser um esforço coletivo da comunidade internacional”, enfatizou Vieira.

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