Projeto Roteiros Geo-Turísticos da UFPA revela a Tamandaré da COP 30 em Belém
Pessoas de idades variadas se reúnem para desvendar nuances do Parque Linear da avenida Almiranta Tamandaré, no bairro histórico da Cidade Velha
A realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) tem impulsionado transformações significativas no cenário urbano de Belém, especialmente na área do Canal da avenida Almirante Tamandaré, no bairro da Cidade Velha. O espaço, antes desestruturado social e espacialmente, foi revitalizado e deu lugar a um Parque Linear e a um Terminal Hidroviário.
Neste domingo (9), o local recebeu uma edição especial do Projeto Roteiros Geo-Turísticos, promovido pelo Grupo de Pesquisa em Geografia do Turismo (GGeotur) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Moradores exploram novo espaço urbano de Belém
Durante a manhã, diversos moradores aproveitaram o domingo para conhecer de perto o Parque Linear da Tamandaré, inaugurado pelo Governo do Estado na segunda-feira (3). Visitantes circularam pelo espaço, registraram imagens e acompanharam as falas das professoras Maria Goretti Tavares e Olga Freitas, coordenadoras do projeto.
De acordo com Maria Goretti, professora da Faculdade de Geografia da UFPA e coordenadora do projeto, o roteiro deste domingo teve como tema “Os Caminhos da COP”, com foco no parque e na sua influência no Centro Histórico.
“Falamos do parque como área de lazer, mas também sobre o processo de transformação para a implantação dele — a pressão imobiliária, o surgimento de bares. Abordamos o Beco do Carmo, o Mercado do Sal, o Palacete Pinho e encerramos na Praça do Carmo, discutindo a igreja, o Fórum Landi e o entorno”, explicou.
Importância da COP 30 para Belém e seus moradores
Para a professora, o fato de Belém sediar a COP 30 tem um peso simbólico e estratégico. “Tinha que ser aqui mesmo. Nós temos problemas sérios de desenvolvimento social, econômico e ambiental. Essa é uma oportunidade de discutir essas questões. Além disso, os recursos aplicados em obras deixam um legado para a população, mas o mais importante é o debate sobre o clima que começa agora”, destacou.
Moradores participam e redescobrem a cidade
Maria Goretti ressaltou ainda que, pela primeira vez em três anos, a COP contará com eventos paralelos espalhados por toda a cidade. “É um momento ímpar para Belém. Precisamos discutir o que está acontecendo agora e o que será da cidade depois da COP”, afirmou.
Dos 250 inscritos no roteiro deste domingo, 90% eram moradores de Belém. Entre eles estava Ruan Ribeiro Gomes, 29 anos, tecnólogo em Geoprocessamento e morador do bairro do Telégrafo. “Participo dos roteiros desde a época de estudante. É importante para nós, como cidadãos, conhecer mais sobre a nossa própria cidade”, contou, destacando o impacto positivo das obras e a valorização da Amazônia.
Projeto acompanha transformações urbanas
A professora Olga Freitas, visitante do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPA e aposentada da Universidade Federal do Paraná, lembrou que os Roteiros Geo-Turísticos já têm 15 anos de realização e representam uma “prestação de serviços à sociedade”.
“Este é um roteiro novo, criado para discutir a COP. Escolhemos a Tamandaré por ser uma área recém-inaugurada. Nossa expectativa é acompanhar as mudanças que ocorrerão nesse entorno e em outras vias adjacentes”, concluiu.
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