Natura aposta em modelo de negócios regenerativo e destaca papel da Amazônia durante COP 30 em Belém
Ana Costa, vice-presidente de sustentabilidade da Natura, concedeu entrevista ao Grupo Liberal, nesta terça-feira, 11, durante a conferência
Trinta anos após a Rio-92, a Natura vê na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém, uma nova etapa da trajetória global pela sustentabilidade. Foi o que destacou Ana Costa, vice-presidente de sustentabilidade, reputação corporativa e jurídico da empresa, em entrevista ao Grupo Liberal nesta terça-feira (11/11). Para ela, o fato de a conferência acontecer na Amazônia reforça o papel do território como centro das soluções para o futuro climático do planeta.
Ana afirmou que a realização da COP na região é motivo de orgulho e simboliza o reconhecimento do potencial da floresta em pé como base para o desenvolvimento sustentável. “O território amazônico sendo a sede de discussões tão importantes quanto natureza, clima e pessoas, no território que a gente escolheu para ser o coração do nosso negócio, que é o estado do Pará, onde a Natura tem uma fábrica e tem relação com mais de 45 comunidades, é um grande orgulho e satisfação”, afirmou.
Segundo ela, a conferência deve marcar o início de um novo ciclo de ações concretas voltadas à implementação de compromissos assumidos globalmente. A executiva destacou que a Natura pretende contribuir para esse processo por meio de um modelo de negócios regenerativo, que vai além do conceito tradicional de sustentabilidade.
Ana explicou que, há dois anos, a companhia revisitou sua Visão 2050, lançada uma década antes, com o objetivo de adaptar-se às novas urgências ambientais e sociais. “Não é mais possível sustentar o que já está insustentável”, afirmou, reforçando que o propósito empresarial precisa estar aliado a ações efetivas. A meta da empresa é alcançar, até 2050, um modelo de operação 100% regenerativo — ou seja, capaz de gerar impacto positivo em todas as formas de capital que a Natura avalia: humano, social, ambiental e financeiro.
A executiva também defendeu que a transição climática depende de uma atuação conjunta entre governos, sociedade civil, povos tradicionais e setor privado. Segundo ela, os desafios climáticos são sistêmicos e, portanto, exigem soluções colaborativas. “As empresas têm papel central, pois são responsáveis por grande parte das emissões, mas também podem ser parte da solução com compromissos reais e ações para mitigar impactos e alcançar o net zero”, afirmou.
Com presença consolidada na Amazônia há mais de 25 anos, a Natura mantém parceria com 45 comunidades locais, em um modelo de cooperação que busca gerar prosperidade de forma inclusiva. Ana destacou que essa relação vai além da compra e venda de insumos: a empresa trabalha para ouvir as demandas das populações da floresta e transformá-las em ações concretas, inclusive com acesso a financiamento.
Atualmente, a companhia apoia 21 agroindústrias no Pará, voltadas à produção de manteigas e óleos de bioativos amazônicos. Essas iniciativas têm contribuído para ampliar a renda de cerca de 10 mil famílias que vivem na região. “Trabalhar com as comunidades é garantir que as pessoas estejam no centro das decisões e da transição para um modelo mais justo e sustentável”, concluiu Ana Costa.
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