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Marina Silva celebra fundo de US$ 6 bi e diz que Brasil liderará transição energética

O pronunciamento da ministra ocorreu durante o segundo dia da Cúpula do Clima

Eva Pires/Especial para O Liberal

Durante a Cúpula dos Líderes, nesta sexta-feira (7), em Belém, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou o avanço na operacionalização do Fundo de Florestas Tropicais (TFFF), que já soma US$ 6 bilhões em aportes, e reafirmou o compromisso do Brasil em liderar a transição energética global. Segundo ela, o país quer “liderar pelo exemplo”, destinando parte dos recursos do petróleo à transição energética e à justiça climática.


“O Brasil se dispôs até a COP 30 de ter esse fundo operacional e nós fomos positivamente surpreendidos que, no primeiro dia, já temos 6 bilhões de dólares. A partir de agora é todo um trabalho, tanto em relação aos governos quanto aos investidores privados, para que a gente possa alcançar a meta que estabelecemos”, afirmou Marina.

Ela destacou que a estruturação do fundo ocorreu em tempo recorde, resultado da articulação entre países e setores interessados em financiar a conservação das florestas tropicais. 

“Ninguém cria algo da noite pro dia. Nós estabelecemos em tempo recorde. Lembra que foi lançado lá em Dubai, na COP 28, e dissemos que faríamos um esforço para ele estar operacional? Ele está operacional, já conta com os primeiros aportes e vários governos comprometidos em se mobilizar, mas também os investidores privados”, completou.

O TFFF é uma das principais apostas do Brasil e de outras nações tropicais para viabilizar financeiramente a proteção das florestas e impulsionar políticas de sustentabilidade. A iniciativa busca ampliar o acesso a recursos internacionais, conectando países em desenvolvimento com financiadores públicos e privados.

Transição energética justa

Ao comentar sobre a transição energética, Marina destacou a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de usar parte das receitas do petróleo para financiar o processo de descarbonização. “É uma ideia muito interessante que o presidente se referiu da necessidade de que uma parte dos recursos dos grupos de petróleo seja usada para a transição energética global e para a justiça climática. E além de propor isso para o mundo, ele disse que o Brasil vai fazer isso internamente”, explicou.

A ministra ressaltou que o governo precisará se mobilizar para transformar o anúncio em resultados concretos. “É claro que é um anúncio, mas cabe ao governo se mobilizar para cumprir com o gênero de referência que foi dado pelo presidente. Ele quer liderar pelo exemplo. O Brasil já lidera pelo exemplo na agenda do desmatamento, na questão dos combustíveis, no plano de transformação ecológica com uma meta de redução de emissões ambiciosa, entre 59% e 67%”, afirmou.

Segundo Marina, o país já evitou lançar na atmosfera cerca de 700 bilhões de toneladas de CO₂ nos últimos três anos, como resultado da queda do desmatamento e da ampliação de políticas ambientais. Ela lembrou que Lula vem defendendo, em fóruns internacionais, o fim gradual dos combustíveis fósseis e a criação de um plano global de transição energética justa.

“Agora o presidente colocou duas questões altamente relevantes: fazer o mapa do caminho que o mundo precisa percorrer para o fim dos combustíveis fósseis e do desmatamento, e que, para viabilizar isso, é preciso recursos. Daí vem a ideia de usar parte dos recursos do petróleo. Agora é cumprir o que o presidente anunciou. São processos complexos”, concluiu.