COP 30: povos originários e ativistas pela terra participam da Marcha Global Indígena em Belém
Dezenas de pessoas caminham e entoam cânticos reforçando a valorização e defesa dos territórios indígenas
Dezenas de pessoas participaram da Marcha Global Indígena na manhã desta segunda-feira (17), em Belém. A caminhada foi marcada por cantos indígenas, apresentações culturais e falas de ativistas que reforçam as principais pautas levadas à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30). Os participantes do ato pediram a valorização e defesa dos territórios indígenas, desmatamento zero, fim da exploração de combustíveis fósseis e de mineração em áreas tradicionais, proteção aos defensores da terra, acesso direto ao financiamento climático e participação efetiva nas decisões.
A marcha teve início em frente à Aldeia COP, instalada na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), na avenida Perimetral, de onde os manifestantes seguem em direção à travessa Lomas Valentinas, no Bosque Rodrigues Alves. E seguiu até a travessa Lomas Valentina, no entorno do Bosque Rodrigues Alvez, que também fica no entorno da Blue Zone, espaço destinado às discussões e decisões na COP.
Organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e por outros movimentos, a marcha integra a programação da Aldeia COP, que reúne cerca de 3 mil indígenas vindos de diversas regiões do país. Todos estão alojados na estrutura montada para o evento.
Foram convidadas para acompanhar a marcha as ministras dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; e da Cultura, Margareth Menezes, além do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, da presidenta da Funai, Joenia Wapichana, e do presidente da COP 30, André Corrêa do Lago.
Demarcação
O líder indígena Jecinaldo Sateré-Mawé afirmou que seu povo traz, para a COP 30, a demarcação dos territórios indígenas como uma política de mitigação para a crise climática. Ele ressaltou que a crise climática está presente na vida de todos os habitantes do planeta Terra e, por isso, é preciso que todos possam fazer um grande mutirão, como eles chamam na Amazônia. “Todos são chamados a responsabilidades, governos, empresas, sociedade, e todos podemos juntos combater a crise climática”, relata.
“Queremos os nossos territórios demarcados, protegidos e a gestão dos nossos territórios, assim como as políticas básicas que qualquer brasileiro precisa ter. Então, por isso, estamos aqui na COP 30 para ecoar a voz de 391 povos indígenas do Brasil inteiro, mais de 260 línguas indígenas que são faladas no nosso país. É uma riqueza, é uma grandeza, é um patrimônio cultural que o Brasil não pode continuar destruindo”, acrescenta Sateré.
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