Belém encerra Cúpula do Clima e inicia contagem para COP30
Com a presença de mais de uma centena de delegações estrangeiras, incluindo diplomatas e autoridades ambientais, a Cúpula demonstrou a urgência de ações concretas para conter o aquecimento do planeta
A Cúpula do Clima em Belém (PA) chegou ao fim nesta sexta-feira (7/11) após dois dias de debates entre chefes de Estado, líderes de governo e representantes de mais de 70 países. O encontro, que antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcou o início da contagem regressiva para o evento mundial que voltará à capital paraense na próxima segunda-feira (10/11).
Com a presença de mais de uma centena de delegações estrangeiras, incluindo diplomatas e autoridades ambientais, a Cúpula demonstrou a urgência de ações concretas para conter o aquecimento do planeta. Desde a abertura, na quinta-feira (6/11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou dos países desenvolvidos mais compromisso e coragem para reduzir emissões e cumprir as metas do Acordo de Paris.
“O momento de agir é agora”, destacou Lula em seu discurso, ao afirmar que a COP30 será “a COP da verdade”. A fala do presidente refletiu o alerta do Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2025, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que mostra o crescente desafio de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C até o fim do século.
Fundo florestal e diplomacia ambiental
Logo após a abertura, Lula recebeu as lideranças internacionais em um almoço oficial que marcou o lançamento do Tropical Forests Forever Fund (TFFF) — o Fundo Florestas Tropicais para Sempre. O instrumento, que já conta com US$ 5,5 bilhões, foi anunciado em coletiva de imprensa com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas).
A proposta do fundo é garantir recursos permanentes para a conservação das florestas tropicais e premiar países que mantêm baixas taxas de desmatamento. O TFFF foi amplamente elogiado por representantes internacionais como um novo modelo de cooperação financeira voltado à preservação ambiental e à justiça climática.
Transição energética e metas climáticas
O segundo e último dia do evento foi dedicado a duas sessões temáticas: a transição energética e o balanço dos dez anos do Acordo de Paris. Autoridades e especialistas defenderam a aceleração da substituição de combustíveis fósseis por fontes limpas e o fortalecimento do financiamento climático internacional.
Também foram debatidas as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — compromissos assumidos por cada país para reduzir suas emissões — e a necessidade de ampliar os investimentos em adaptação e mitigação, especialmente em nações vulneráveis. Esses pontos devem dominar as discussões da COP30, que ocorrerá novamente em Belém entre os dias 10 e 21 deste mês.
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