AquaPraça é inaugurada em Belém e se torna novo símbolo da COP 30
Estrutura projetada por Carlo Ratti une arquitetura, inovação tecnológica e compromisso ambiental; espaço será parte do pavilhão italiano e ficará definitivamente na capital paraense
Belém recebeu, nesta quinta-feira (6), a AquaPraça, uma estrutura inédita que integra arquitetura, inovação tecnológica e compromisso ambiental, e que promete ser um dos grandes símbolos da COP 30. Lançada mundialmente na 19ª Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, na Itália, a instalação chega agora à capital paraense com a proposta de ser palco de debates sobre mudanças climáticas e o futuro sustentável do planeta. Montada no Rio Guamá, em frente ao Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, no bairro da Cidade Velha, a AquaPraça já se apresenta como um marco para a cidade e para o evento. A inauguração, realizada nesta quinta-feira, contou com a presença de autoridades italianas, como o vice-primeiro-ministro da Itália, Antônio Tajani, e paraenses, como Úrsula Vidal, secretária de Cultura do Estado do Pará. O espaço estará aberto ao público a partir da próxima segunda-feira (10).
O projeto foi concebido pelo renomado arquiteto italiano Carlo Ratti, sob a coordenação e apoio decisivo do Governo da Itália, por meio do Ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional e do Ministério do Meio Ambiente e da Segurança Energética. A liderança italiana mobilizou uma ampla rede de parceiros internacionais, que inclui o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o CIHEAM Bari, o programa Connect4Climate do Banco Mundial, a Bloomberg Philanthropies, a ENEL e as Ferrovie dello Stato Italiane, além de universidades, centros de pesquisa, organizações da sociedade civil e empresas italianas.
Arquitetura
Inspirada nos princípios de Arquimedes e equipada com tecnologias de monitoramento, a AquaPraça foi projetada para se ajustar naturalmente ao aumento do nível da água. Essa característica dialoga diretamente com a geografia de Belém, onde as marés podem variar vários metros ao longo do dia. O projeto se apresenta como uma simbiose entre ambiente construído e ambiente natural, oferecendo aos visitantes uma experiência sensível dos efeitos das mudanças climáticas, como a elevação do nível do mar.
“A AquaPraça foi apresentada no Venice Biennale e agora está aqui em Belém. Ela foi feita com o Ministério das Forças Estaduais da Itália e o Ministério do Ambiente. E a ideia é criar um espaço para discussão, para conversa, no meio do oceano, no meio do mar, no meio da água. Então, o que você vê aqui é um jeito de fazer uma arquitetura que se move com o oceano, que responde aos elementos e basicamente cria um lugar para as pessoas”, disse Carlo Ratti. “Basicamente, é um lugar na cidade onde as pessoas podem vir e discutir”, completou.
“Durante a COP 30, vai ser parte do pavilhão italiano em Belém. E, depois, vamos ficar aqui no Brasil, a longo prazo, como um pedaço de infraestrutura cultural para Belém, para o Amazonas, para o Brasil”, destacou o arquiteto.
Legado
Durante a COP 30, a AquaPraça funcionará como o Pavilhão Italiano, recebendo eventos, encontros e debates. Mas seu papel vai além da conferência: o Governo da Itália se comprometeu a doar a estrutura ao Brasil, garantindo que Belém permaneça como sede definitiva do espaço, que será transformado em um centro comunitário voltado para a educação ambiental, a cultura e o engajamento social.
O embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, destacou a dimensão simbólica do projeto. “Esse gesto não é somente o símbolo da importância da contribuição italiana para a COP 30, mas também consolida a cooperação entre Itália e Brasil, reforçando o papel da Itália como promotora de iniciativas que unem cultura, ciência e diplomacia em prol da sustentabilidade. Além disso, estabelece um legado duradouro da COP 30 para a Amazônia, que continuará a inspirar gerações futuras no enfrentamento das mudanças climáticas”, disse ele.
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