Advogado critica atuação da ONU após agressões a jornalistas do Grupo Liberal na Zona Azul da COP 30
Advogado denuncia omissão da segurança da ONU e solicita restrições urgentes contra Aurélio Goiano após ataque a repórteres do Grupo Liberal em área restrita da conferência
O advogado criminalista Luiz Araújo, que representa os três jornalistas agredidos pelo prefeito de Parauapebas, Aurélio Goiano (Avante) durante a cobertura da COP30, criticou duramente a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) diante do episódio ocorrido na sexta-feira (14/11), dentro da Zona Azul, a área mais restrita da conferência climática internacional.
Segundo Araújo, a forma como a segurança da ONU conduziu o caso permitiu que o prefeito deixasse o local sem ser entregue às autoridades brasileiras. O advogado afirma que, mesmo após o ataque verbal às jornalistas Isis Bem e Vanessa Araújo — e a agressão física ao jornalista Wesley Costa, que levou um tapa no rosto durante transmissão ao vivo —, Aurélio Goiano saiu ileso da conferência.
“O ponto mais grave envolve a limitação operacional da equipe de segurança da ONU. Os próprios membros da organização disseram às vítimas que não poderiam conduzir o prefeito a uma autoridade policial, pois não possuem poder de polícia, nem poderiam autorizar a entrada imediata de agentes da polícia brasileira na Zona Azul”, afirmou o advogado.
Ainda segundo Araújo, o episódio deixou os três profissionais do Grupo Liberal ameaçados e inseguros para continuar a cobertura da COP30.
A situação levou o advogado a solicitar medidas cautelares às autoridades brasileiras, incluindo:
- A proibição de retorno do prefeito à Zona Azul
- A comunicação oficial à organização da COP30
- O cancelamento do credenciamento de Aurélio Goiano
- E a garantia de segurança às vítimas por parte da presidência da conferência
O advogado também afirmou que os atos cometidos pelo prefeito podem configurar uma lista de crimes, incluindo:
- Lesão corporal
- Crimes contra a honra
- Constrangimento ilegal
- Coação
- Ameaça
- Misoginia
Injúria discriminatória“Esse caso deve ser tratado com a maior seriedade possível, urgência e brevidade. O ataque a qualquer jornalista é um ataque à liberdade de expressão, e o Estado Democrático de Direito não pode permitir isso”, declarou Araújo.