Amcham investe quase R$ 50 bilhões em ações sustentáveis e deve ampliar esse valor durante COP 30

Entidade reúne mais de 3 mil empresas e se empenha na adapatação do setor em relação a agenda climática

Maycon Marte
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A Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Ancham Brasil), conglomerado de empresas nacionais e norte-americanas, investe no comércio e em melhores práticas de negócios. Segundo o presidente da entidade, Abrão Neto, já foram aplicados cerca de R$ 50 bilhões em projetos já desenvolvidos ou em desenvolvimento. Esse e outros apontamentos sobre metas mais sustentáveis foram feitos na manhã desta quinta-feira (13), durante o encontro ‘COP 30 Business Forum - Belém Edition’, que reuniu lideranças empresariais, especialistas e outros interessados, para debater o papel do setor privado na agenda climática.

Desde cedo, o evento pautou temas relevantes a pauta ambiental e o papel do setor, abrindo a programação com painéis sobre o futuro da sustentabilidade, o legado da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) e o financiamento de projetos verdes. Os investimentos do setor mencionados pelo presidente da instituição é resultado dos esforços das mais de 3.500 empresas que integram o conglomerado.

“O papel de uma entidade como a Ancham, que tem 3.500 empresas no Brasil todo e representam cerca de um terço do PIB, é ajudar num movimento de engajamento e mobilização. Isso tem acontecido em uma intensidade cada vez maior, a gente consegue perceber o interesse, a participação e a adoção de ações concretas por parte do setor empresarial. Então, para dar um exemplo, é um levantamento recente que a gente fez com várias empresas e mostram um volume de investimentos de quase R$ 50 bilhões em projetos de preservação aqui no Brasil”, explica Neto.

Ele também explica que o levantamento sobre o comprometimento do setor com esses investimentos é feito desde 2021 e percebem um aumento gradual a cada ano, por isso, a expectativa é que esse valor se amplie. A entidade também participa da programação da COP 30, tanto na Blue Zone (zona azul), mais restrita, quanto na Green Zone (zona verde), aberta ao público.

“O setor privado é um agente de transformação que precisa de previsibilidade e clareza, mas quando essa clareza existe, quando os marcos regulatórios são modernos, adequados, precisos, isso viabiliza os investimentos, viabiliza financiamento e a ação concreta que leva a redução de emissões, melhor adaptação e mais resiliência para o clima”, afirma Abrão.

Urgente

O pesquisador brasileiro e meteorologista Carlos Nobre, que também participou do encontro, contribuiu em uma das mesas sobre os avanços dos estudos climáticos e alerta para o que deveria ser tratado com urgência nas negociações da COP 30. Para ele, se quisermos evitar o ponto de não retorno, é essencial realizar a transição energética o mais rápido possível e abandar a queima de combustíveis fosseis, assim como alcançar o desmatamento zero. “75% das emissões vêm da queima dos combustíveis fósseis, então tem que ter uma super rápida transição”, afirma o pesquisador.

Ele lembra os objetivos de cooperação entre as nações na COP 30 e no Acordo de Paris, para barrar o avanço da temperatura do planeta e impedir que o planeta passe dos 1,5 graus, o que, na sua avaliação, não é possível sem essas medidas. “A ciência coloca que nós vamos atingir permanentemente o 1,5 graus entre os próximos cinco ou dez anos, seria de 2030 a 2035”, estima.

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Nesse cenário, a COP 30 é o momento estratégico para apressar as ações que podem evitar os impactos mais graves das mudanças climáticas. A situação é ainda mais especial no que se refere a Amazônica, principalmente quanto ao desmatamento, já que a região possui uma economia fortemente baseada na agropecuária. 

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