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Pará desponta como maior exportador de minério no Brasil

Estado ficou em 1º lugar no ranking das exportações minerais de todo o Brasil ao longo do primeiro semestre deste ano, com participação de 34%

Elisa Vaz

Com destaque cada vez maior dentro da pauta comercial brasileira, a indústria da mineração é considerada uma das áreas do futuro quando se fala em mercado, e o Pará ocupa uma posição privilegiada nessa balança. De acordo com os números do Ministério da Economia, coletados com a Agência Nacional de Mineração (ANM), o Estado despontou em primeiro lugar no ranking das exportações minerais de todo o Brasil ao longo do primeiro semestre deste ano, com participação de 34%. Comparado aos outros Estados brasileiros, o Pará foi o que mais exportou minérios de janeiro a junho de 2020, de acordo com o relatório.

Dos US$ 6,7 bilhões exportados pelo Estado no primeiro semestre, a mineração representou 88,6% do total. No ranking dos produtos mais exportados estão o minério de ferro, cobre, alumina, alumínio, ouro, manganês, níquel, caulim, bauxita, silício e ferro gusa. Sobre o minério de ferro, dos US$ 6,9 bilhões do que foi exportado pelo Brasil, o Pará participou com 57,5% do total (US$ 3,9 bi), ocupando o primeiro lugar como o maior Estado exportador de minério de ferro do país.

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Para o presidente do Sindicato das Indústrias Minerais do Pará (Simineral), José Fernando Gomes Junior, o levantamento mostra a importância do Estado, apesar do momento de pandemia que o mundo atravessa. “Cada vez mais, nós temos que estar focados nas comunidades onde atuamos, mas, não só isso, gerando emprego e renda para a sociedade paraense com um ambiente de negócio em que a gente possa manter a produção mineral aqui no Estado”, pontuou.

O especialista argumentou que o setor da mineração está em estágio de amplo crescimento nos quatro cantos do Pará, que, segundo ele, é um “grande continente minerador”. “Há expansão no Oeste do Estado, lá em Juruti e Terra Santa, por exemplo; no Nordeste paraense, em Paragominas e Rondon; e no Sul e Sudeste, na região de Carajás. O setor tem crescido muito, tanto que nos últimos dois anos o Pará alcançou o primeiro lugar na exportação do minério no Brasil, motivo de orgulho para nós, porque também traz a geração de emprego, diretos e indiretos. Cada emprego garantido na mineração representa mais 13 que são gerados na cadeia como um todo”, diz José Fernando.

TRIBUTOS

Ainda segundo o presidente do Simineral, também houve avanços na questão dos tributos. O relatório divulgado pelo órgão mostrou que o Pará também foi o Estado que mais arrecadou recursos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), representando 49% do recolhimento no Brasil ao longo do primeiro semestre de 2020, com R$ 1,035 bilhão. Isso representa um crescimento de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o Estado arrecadou R$ 898 milhões. Apenas a Vale é responsável por 84% da CFEM do Pará, com um total aproximado de R$ 867 milhões de janeiro a junho deste ano.

Falando dos municípios, Parauapebas e Canaã dos Carajás, ambos na região Sudeste do Pará, despontam no cenário brasileiro como os maiores municípios arrecadadores. Juntos, representaram 41% de recolhimento de CFEM no primeiro semestre de 2020. Parauapebas, com 23% de arrecadação, recolheu R$ 478 milhões, enquanto Carajás, com 18% de arrecadação de CFEM, recolheu R$ 388 milhões.

Além da parte econômica, José Fernando Gomes afirmou que o setor representa muito para o Estado socialmente. “Os melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) são dos municípios que têm a mineração. O setor vem crescendo de forma firme e consciente e contribui com a qualidade de vida da população nesses locais e, por isso, as projeções são as melhores possíveis. Mesmo nesse momento difícil que a sociedade passa, a mineração vem mantendo os empregos e aumentando as vagas, respeitando a Organização Mundial da Saúde (OMS) com a prevenção e o distanciamento”, garantiu.

Reportagem