Gandula: o privilegiado esquecido
Guardião de um tesouro
Espectador privilegiado
Esquecido pelo povo
Não recebe um ‘obrigado’
Com os olhos atentos
E pés no gramado
Ele não joga, nem treina
Mas é indispensável
Sua origem é de um argentino
É proibido de fazer firula
O cara que mais ‘delega’ a bola
Estou falando do Gandula
À serviço do futebol
Sem qualquer propaganda
Alimenta sonhos ao pôr do sol
Faz nascer de novo a esperança
De ver um ídolo de perto
De jogar a bola pro craque
De ficar pertinho do teto
De um sonho que faz parte
Afinal, ele está no futebol
E também deseja a convocação
Você olha pra ele no gramado
Ao lado do seu time do coração
Mas nem tudo é sonho pro Gandula
Tem craques que furam educação
Alguns o xingam e o ignoram
Outros partem até pra agressão
No bolso, o ‘bicho’ é diferente
Bem longe de uma premiação
Parece mesmo um lembrete
Da sua atual situação
Atual, sim, porque ninguém sabe
O futuro é como um jogo no bolão
Existem chances e possibilidades
Acerto ou erro é uma opção
Parece simples, mas pede respeito
Se fosse bobo, não estava alí
Agente ativo de um jogo inteiro
O primeiro a chegar e o último a sair
Gandula, assim, foi apresentado
Segura aí essa que eu joguei
O homem do jogo mais educado
O mestre do sentido fair-play