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Gandula: o privilegiado esquecido

Carlos Fellip

Guardião de um tesouro
Espectador privilegiado
Esquecido pelo povo
Não recebe um ‘obrigado’

Com os olhos atentos
E pés no gramado
Ele não joga, nem treina
Mas é indispensável

Sua origem é de um argentino
É proibido de fazer firula
O cara que mais ‘delega’ a bola
Estou falando do Gandula

À serviço do futebol
Sem qualquer propaganda
Alimenta sonhos ao pôr do sol
Faz nascer de novo a esperança

De ver um ídolo de perto
De jogar a bola pro craque
De ficar pertinho do teto
De um sonho que faz parte

Afinal, ele está no futebol
E também deseja a convocação
Você olha pra ele no gramado
Ao lado do seu time do coração

Mas nem tudo é sonho pro Gandula
Tem craques que furam educação
Alguns o xingam e o ignoram
Outros partem até pra agressão

No bolso, o ‘bicho’ é diferente
Bem longe de uma premiação
Parece mesmo um lembrete
Da sua atual situação

Atual, sim, porque ninguém sabe
O futuro é como um jogo no bolão
Existem chances e possibilidades
Acerto ou erro é uma opção

Parece simples, mas pede respeito
Se fosse bobo, não estava alí
Agente ativo de um jogo inteiro
O primeiro a chegar e o último a sair

Gandula, assim, foi apresentado
Segura aí essa que eu joguei
O homem do jogo mais educado
O mestre do sentido fair-play

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