Os estados do Norte e do Nordeste ampliam, semanalmente, as medidas de retomada das atividades econômicas, principalmente nas regiões metropolitanas, com as quedas dos índices de contaminações e mortes. Cidades do Amazonas, de Pernambuco e do Ceará – três dos estados mais afetados pela pandemia, principalmente nos meses de abril e maio de 2020 – vêm chegando a um momento de controle da expansão da doença. A Covid-19, todavia continua causando muitos problemas, principalmente, nas regiões interioranas, onde o acesso aos serviços de saúde é mais precário.
No Pará, o governo do estado realiza, desde o final do mês de junho, uma pesquisa para verificar a expansão da pandemia em 52 municípios – em oito regiões diferentes. A pesquisa realiza questionários de múltipla escolha e testes rápidos, como forma de verificar quem já foi infectado e mapear melhor os casos da doença no estado. É o estudo “Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19”, como forma de mensurar o momento da pandemia no Pará e decidir as novas modalidades de enfrentamento à doença, após à reabertura de vários espaços públicos, retomada das atividades comerciais e ampliação de atendimentos presenciais.
Em outro campo, o Brasil entrou, tardiamente, em acordo mundial de pesquisas e distribuição de vacinas contra a Covid-19. Pela demora do governo de Jair Bolsonaro em priorizar o assunto, o país deverá participar das parcerias, mas terá de desembolsar valores mais vultosos. Ao lado disso, há alguns estudos em andamento no país e a corrida é para conseguir resultados práticos de maneira mais rápida.
Também ganharam grande repercussão em nível nacional as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, a respeito da gestão da crise pela pasta da Saúde, sobre a atuação do general Eduardo Pazuello e em relação ao comportamento das Forças Armadas. O ministro do STF fez declarações duras, ressaltando que, ao apoiar o governo Bolsonaro, as Forças Armadas estariam corroborando para um genocídio – considerando-se os mais de 70.000 óbitos já registrados oficialmente causados pela Covid-19. O general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, exigiu retratação do ministro e o ministério da Defesa fez uma reclamação formal contra Gilmar Mendes junto à Procuradoria Geral da República (PGR). Contudo, ao mesmo tempo, o governo federal tenta, em uma ação política, tentar amenizar as relações com o Judiciário.
Assim, nesta guerra que o Brasil travou e vem travando contra a pandemia, a derrota está muito associada à postura negacionista da presidência da República em relação aos efeitos da Covid-19, além de ter tomado poucas medidas preventivas – e mesmo reativas – em relação à pandemia. O Brasil buscará um processo de recuperação nos próximos meses, principalmente no campo econômico, mas a instabilidade política e o prolongamento da crise sanitária no território nacional tendem a sabotar estas novas ações governamentais.