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Governadores buscam diálogo com o Presidente Bolsonaro, que continua a acirrar ânimos

Rodolfo Marques

Nos dias 23 e 24 de agosto de 2021, ocorreu, de forma híbrida, o IX Fórum Nacional de Governadores. Não tomaram parte apenas os governadores do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), e do Amazonas, Wilson Lima (PSC), aliados de primeira hora do governo federal. A pauta prioritária foram questões da economia e da política nacionais, em especial a relação entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Os governadores ressaltaram a necessidade de integração entre o Poder Executivo Federal, os estados e os municípios para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. Ao mesmo tempo, houve um movimento para tentar uma reunião com o Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido/RJ), com o objetivo de mitigar conflitos do Planalto com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Aliás, nesse contexto, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeitou o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, feito por Jair Bolsonaro. De acordo com Pacheco, a peça não tinha adequação legal, defendendo a necessidade da preservação da independência entre os Poderes.

Bolsonaro, após mais esse revés, não parece muito interessado em buscar conciliação com outros atores políticos e com representantes dos poderes. O presidente continua fazendo críticas ao uso de máscaras como meio de enfrentamento da pandemia, prossegue questionando o funcionamento das urnas eletrônicas e insiste na defesa de que os brasileiros possam comprar e usar armas em maior escala. Ao mesmo tempo, incentiva a mobilização programada para 07 de setembro, em que as forças pró-Bolsonaro tendem a radicalizar ainda mais o ambiente político brasileiro.

Em nível regional, o procurador-geral do Estado do Pará, Ricardo Sefer, anunciou, nessa sexta-feira (27 de agosto), alterações no decreto 800/2020, ampliando a retomada econômica e social. São permitidos eventos com mais de 300 pessoas, em boates e em casas noturnas, além de espetáculos culturais e da presença de público em eventos esportivos – nesse caso, com 30% da capacidade das arenas. Uma pré-condição para participar desses eventos é a comprovação de, pelo menos, uma dose da vacina tomada 14 dias – ou mais – antes da programação. Os jogos do Remo contra o Botafogo, pela Série B, e do Paysandu contra o Santa Cruz, pela Série C, ambos em setembro, devem ser os eventos-teste das novas orientações.

Assim, o Brasil vive um movimento de tentativa de controlar a pandemia em algumas unidades federativas, ao mesmo tempo em que convive com o risco da expansão da variante Delta e com a instabilidade política gerada a partir do Planalto. E a situação econômica, com inflação em alta em vários níveis de consumo, também é uma preocupação que aflige a maior parte da população.

Rodolfo Marques