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Eleições Municipais – Parte 2: Histórico indica acirramento na disputa pela Prefeitura de Belém

Rodolfo Marques

No dia 15 de novembro de 2020, cerca de 1 milhão de eleitores de Belém estarão aptos para ir às urnas e escolher o seu novo prefeito para o quadriênio 2021-2024. Caso nenhum dos candidatos consiga 50% dos votos válidos – mais 1 –, haverá segundo turno em 29 de novembro, duas semanas depois.

Desde a redemocratização – concluída em 1985 –, e com a Constituição de 1988, houve eleições diretas para a prefeitura de Belém em 1988, 1992, 1996, 2000, 2004, 2008, 2012 e 2016. Registre-se que, em 1997, foi aprovada, no Congresso Nacional, a emenda da reeleição, dando direito aos chefes do Poder Executivo de concorrer a um segundo mandato consecutivo, caso essa fosse a decisão de seus partidos e/ou coligações. Em 1988, ainda em turno único, Sahid Xerfan (PTB) elegeu-se prefeito de Belém.

Na capital paraense, outros dois fatos históricos precisam ser registrados. O primeiro deles é que, após a criação do instituto do segundo turno nas eleições para cargos executivos, a partir da Carta Magna de 1988, apenas um candidato se elegeu ainda em primeiro turno: Hélio Gueiros (PFL, hoje DEM), em 1992.

Nos pleitos seguintes, sempre houve a necessidade da realização de segundo turno. Em 1996, Edmílson Rodrigues (PT) venceu Ramiro Bentes (PDT), no segundo turno; em 2000, Edmílson Rodrigues ganhou de novo, ao derrotar Duciomar Costa (PSD); em 2004, Duciomar Costa (já no PTB) ganho de Ana Júlia Carepa (PT); em 2008, Duciomar se reelegeu diante de José Priante (PMDB, hoje MDB); em 2012, Zenaldo Coutinho (PSDB) venceu Edmílson Rodrigues (já no PSOL), reprisando o resultado em 2016.

Outro dado histórico importante é que os prefeitos, no exercício do cargo, não conseguiram “eleger” seus sucessores. Em 1996, Hélio Gueiros apoiou Ramiro Bentes, que acabou derrotado. Em 2004, Edmílson Rodrigues apoiou Ana Júlia Carepa, que perdeu o pleito. E, em 2012, Duciomar Costa estava muito mal avaliado em todos os níveis e acabou abraçando uma postura de neutralidade nas eleições, vencidas por Zenaldo Coutinho.

Em 2020, com as alterações no calendário eleitoral, o período para a oficialização de candidaturas está entre 31 de agosto e 16 de setembro. Até o momento, portanto, há várias pré-candidaturas, a partir das discussões partidárias. Edmílson Rodrigues (PSol) tende a liderar uma frente de esquerda, com o apoio do PT. Pelo PSDB, o nome do ex-governador Simão Jatene está entre os cotados – mas ainda não há uma decisão concreta sobre sua candidatura. O deputado Federal Éder Mauro (PSD) deve confirmar sua candidatura – e com o provável apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O também deputado federal Cássio Andrade (PSB) aparece como pré-candidato. Os nomes do deputado estadual Thiago Araújo (Cidadania); dos deputados federais José Priante (MDB) e Vavá Martins (Republicados); do ex-deputado federal Arnaldo Jordy (Cidadania); do presidente da Câmara Municipal de Belém, Mauro Freitas (PSDB); do vice-prefeito de Belém, Orlando Reis (MDB); e do delegado federal Eguchi (Patriota) também aparecem em algumas sondagens pré-eleitorais em relação à prefeitura da capital paraense.

Zenaldo Coutinho conseguirá eleger seu sucessor? Belém manterá sua tradição de ter a decisão em dois turnos para escolher o seu prefeito? Qual será o peso do apoio do governador Helder Barbalho no pleito de Belém?

Nas próximas duas semanas, a coluna continua tratando de eleições municipais. Na parte 3, haverá a discussão mais aprofundada sobre as pré-candidaturas à prefeitura de Belém. E, na parte 4, farei a abordagem sobre a necessidade de as campanhas pensarem a presença digital de seus candidatos, até mesmo pelo contexto da pandemia que ainda vivemos.

Rodolfo Marques