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Eleições 2022: Bolsonaro recupera apoios, mas Lula permanece bem à frente das pesquisas

Rodolfo Marques

A nova rodada de pesquisas para as eleições presidenciais, realizada na penúltima semana de março, com algumas variações de metodologia e do período da coleta de dados, consolida a tendência dos levantamentos anteriores, com a confirmação da polarização entre o favorito, o ex-presidente Lula (PT), e o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

Foram feitos quatro levantamentos: o do EXAME-IDEIA, do BTG/Pactual, o do Datafolha e o do XP/Ipespe. A vantagem do petista ainda é relativamente confortável e ele mantém a vitória nos dois turnos, mas o Planalto comemora a recuperação gradativa de Bolsonaro.

No campo da pré-campanha do ex-presidente Lula, um movimento importante foi o anúncio da filiação do ex-governador paulista, Geraldo Alckmin, ao PSB. Alckmin falou em “esperança” e no compromisso dele e de Lula para com a democracia. A presença do ex-governador e ex-tucano na aliança com o PT, como candidato a vice, pode ser um reforço importante no diálogo com o eleitorado conservador de São Paulo e em uma possível governabilidade, em caso de vitória da chapa no pleito de outubro de 2022.

Nos contextos da melhora nos índices de aprovação do governo Bolsonaro (ainda baixos) e do incremento nas intenções de voto de sua candidatura à reeleição, é possível aferir, através dos dados, uma volta do apoio de parte da classe média que já esteve com ele nas eleições 2018, um momento de menor instabilidade em relação às falas públicas contra a vacinação e o esvaziamento da terceira via à direita, com a frágil pré-candidatura do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos). Os 3 a 5% ganhos por Bolsonaro no mês de março podem ser atribuídos, prioritariamente, a estes fatores.

Há outros dois “ingredientes” nesse contexto pré-eleitoral. O primeiro deles é a questão de que, desde que a emenda da reeleição foi aprovada no Brasil, em 1997, e os ocupantes de cargos executivos puderam concorrer a um segundo mandato consecutivo, os presidentes obtiveram sucesso nesse movimento: Fernando Henrique Cardoso se reelegeu em 1998; Lula, em 2006; e Dilma Rousseff, em 2014. Bolsonaro, por óbvio, tenta repetir o sucesso eleitoral de seus antecessores.

Outro aspecto importante – e que se liga ao anterior – é o fato de o ocupante do cargo executivo, como incumbente, deter a ordenação de recursos como promoção de políticas públicas e, em consequência, ter a oportunidade de aumentar sua popularidade e obter apoios no momento na decisão do voto. Bolsonaro vem investindo muito nesse flanco.

Assim, espera que o Brasil possa viver sua festa democrática neste ano de 2022 de maneira efetiva – e que os dois mais bem colocados nas pesquisas debatam pelas melhorias urgentes que precisam ser aplicadas no país, na economia, na saúde, na educação e em outros campos essenciais.

Rodolfo Marques