O calendário eleitoral marca para outubro de 2024 os pleitos municipais, com votações para cargos majoritários (prefeituras) e proporcionais (Câmaras de Vereadores), nas 5.568 cidades brasileiras.
As eleições municipais guardam, em si, muitas peculiaridades. Em geral, o eleitor escolhe candidatos e candidatas que possam trazer soluções mais práticas a respeito da dinâmica das próprias cidades, como mobilidade urbana, saúde pública, educação básica, saneamento e qualidade nos transportes.
Um primeiro ponto que emerge nessa discussão, nas estratégias eleitorais e de comunicação política dos candidatos à prefeitura, em 2024, é observar a questão do pacto federativo. Com os três entes federativos com funções muito claras – União, estados e municípios –, os prefeitos dependem muito dos recursos oriundos dos governos federal e estadual.
Outro aspecto – e isso precisa ser sempre lembrado junto aos eleitores para a formação das escolhas, é entender as atribuições do chefe do executivo municipal. Para além dos temas já citados, cabe ao prefeito a gestão do orçamento da cidade; as ações sobre limpeza e iluminação pública; a formação da guarda municipal; a escolha dos secretários municipais; e, por óbvio, a definição de prioridades. Nesse sentido, faço referência ao professor da Universidade Federal de Pernambuco e cientista político Adriano Oliveira, que enfatiza, há alguns anos, a necessidade da realização de pesquisas qualitativas para os candidatos a cargos públicos – principalmente às prefeituras.
Um terceiro fato são os dados quantitativos disponíveis – com os divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em relação ao Censo Demográfico 2022. O Brasil tem, atualmente, 203.062.512 habitantes oficialmente registrados. Esse e outros dados ajudam a melhor compreensão da realidade e a definição das políticas públicas – e obras essenciais –, pontos fundamentais para a ação de qualquer prefeito.
Por fim, destaca-se as relações que os administradores municipais precisam desenvolver com as bancadas que serão eleitas para as Câmaras de Vereadores. As interações executivo-legislativo ditam uma série de elementos que precisamos ter o interesse público prevalecendo sobre as demandas individuais e/ou as de grupos menores.
Dessa forma, com o passar dos meses, os olhares políticos, muito focados, atualmente, nas questões federais e na polarização política entre o lulismo e o bolsonarismo, tendem a se redirecionar para as cidades, com os tão esperados pleitos municipais.