RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Bolsonaro tenta melhorar sua comunicação com a sociedade, mas urgências continuam sem encaminhamento

Rodolfo Marques

Algumas mudanças de comportamento – mesmo tênues – do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), podem melhorar a imagem do governo e, principalmente, dar um ar de governança até então inexistente na atual gestão. 

Nas últimas semanas, o presidente da República buscou fazer alguns acenos ao Parlamento, procurando abrir possíveis frentes de diálogo com os deputados e senadores – e mesmo com a sociedade. Dentro dessa política de restaurar a sua imagem para um número maior de brasileiros, Bolsonaro também aumentou sua exposição na mídia tradicional, concedendo entrevistas para o SBT (programas de Danilo Gentilli e Carlos Massa, o “Ratinho”) e para a Revista Veja, por exemplo. 

No campo da política internacional, houve a viagem à Argentina, com reuniões com vários líderes políticos daquele país, em especial com o presidente e candidato à reeleição, Maurício Macri. Entre as ideias discutidas pelos dois chefes de Estado, o reforço ao Mercosul e o aumento da política bilateral ganharam espaço. A ida de Bolsonaro à Argentina gerou, contudo, vários protestos, em especial por parte de manifestantes mais ligados à esquerda ideológica daquele país. 

Outro aspecto que causou dificuldades para o governo federal nos últimos dias foi a confusão instalada dentro do PSL, o partido do presidente. O PSL demonstra muito pouca organicidade e o presidente nacional da agremiação, Luciano Bivar, é suspeito de estar envolvidos com processos de “laranjas” no pleito eleitoral de 2018. A legenda também vem apresentando muitos conflitos entre seus parlamentares, o chamado “fogo amigo”. 

Por fim, foi mais uma “semana perdida” na pauta que é a mais relevante do governo – a aprovação da Reforma da Previdência. Os presidentes da Câmara – Rodrigo Maia (DEM-RJ) – e do Senado – Davi Alcolumbre (DEM-AP) – buscam ditar os próximos passos da pauta, mas a falta de articulação do governo para viabilizar o andamento da questão vem prevalecendo. Há uma perspectiva de encaminhar o projeto para votação ainda nas primeiras semanas de julho, mas tal cronograma pode sofrer novos adiamentos. Ganhou espaço nos debates recentes a questão da extensão das mudanças promovidas a partir da Reforma da Previdência para estados e municípios. 

O presidente Bolsonaro continua “patinando” nas questões mais importantes do país, em especial no que se refere ao andamento da Reforma da Previdência, à geração de empregos, à recuperação econômica do país e aos investimentos básicos da saúde e na educação dos brasileiros. O presidente também desperdiça muito tempo com questões secundárias, como querer interferir em questões de trânsito e de fiscalização, por exemplo. Mas alguns dos últimos passos indicam que o governo pode começar a deixar a inércia administrativa e partir para o trabalho efetivo, que é o que realmente importa para a sociedade brasileira.

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Rodolfo Marques
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