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Avaliação de Bolsonaro sobe, Pará busca agenda positiva e começa a campanha para as eleições 2020

Rodolfo Marques

Dentro de um cenário ainda muito instável e conturbado no âmbito político brasileiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido/RJ) teve uma notícia boa em relação à última pesquisa realizada pelo CNI/Ibope. Os dados foram coletados junto a 2 mil pessoas, em 127 municípios brasileiros, entre os dias 17 e 20 de setembro. E 40% dos entrevistados aprovam o governo federal, com os conceitos “ótimo” e “bom”; 29% avaliam a gestão Bolsonaro como “ruim” ou “péssima” e outros 29% a consideram como regular.

Essa pesquisa, juntamente com outros levantamentos divulgados entre os meses de agosto e setembro de 2020, indica que há um grande impacto, na opinião pública, do auxílio emergencial pago aos mais pobres durante esse período de pandemia. Para além desse aspecto, apesar de o Brasil apresentar números cada vez mais dramáticos em relação à pandemia de covid-19 (cerca de 140 mil mortos até a última semana de setembro), Bolsonaro conseguiu, no contexto da comunicação política, transferir os ônus da crise para governadores e prefeitos – e isentando-se de maiores responsabilidades. Falando em covid-19, aliás, o Brasil completou 7 meses desde o registro do primeiro caso e a postura negacionista do chefe do executivo federal vem sendo extremamente danoso no contexto nacional.

No cenário regional, o estado do Pará divulgou pesquisa organizada pela Universidade do Estado do Pará (Uepa) e que estimou o número de 1,28 milhão de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. Os dados são muito maiores dos que cerca de 225 mil casos oficiais registrados pela Secretaria de Saúde e trazem à tona o “fantasma” das subnotificações, que são um reflexo das dificuldades de testagem da infraestrutura da rede básica de saúde não só no Pará, mas em todo o país.

Com a crise sanitária em queda (o estado apresenta estabilidade nos números gerais de mortes e de contaminações), mas ainda presente, o governador do Pará busca uma agenda positiva. Entre as ações desta agenda, estão a reabertura de praticamente todas as atividades econômicas, a busca de parcerias internacionais e o anúncio de obras públicas, principalmente no interior do estado, além do reforço ao setor da saúde.

E, em meio ainda a todas essas movimentações políticas e com o cenário da pandemia ainda trazendo medo e prejuízos, o Brasil passa a viver de forma mais intensa a questão das eleições municipais. Com as alterações do calendário eleitoral, a campanha começa, oficialmente, em 27 de setembro e vai até três dias antes do primeiro turno do pleito, em 15 de novembro. Os candidatos a prefeito e a vereador devem buscar uma comunicação mais direta e efetiva com o seu eleitor, com um mix de ferramentas digitais e tradicionais – estas, mais restritas pelas normas de distanciamento social.

As eleições sempre mobilizam o processo político de um país – ainda mais em período atípico e único como o que se está vivendo agora. Assim, caberá ao cidadão-eleitor buscar os melhores caminhos para o enfrentamento da crise sistêmica que reside no Brasil – e cujos resultados socioeconômicos devem ser tornar mais visíveis em 2021, exatamente no primeiro ano de mandato dos eleitos no certame de novembro.

Rodolfo Marques