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Heutagogia – uma alternativa de aprendizagem

Ricardo Tomaz

Você já ouviu falar sobre Heutagogia? É um modelo de aprendizagem, que vem tomando maiores proporções principalmente com o surgimento da indústria 4.0 e agora com o advento deste cenário atual de Pandemia. A palavra vem do grego heutos, que significa “auto”, e agogus que significa “guiar”. Ela surgiu como proposta dos teóricos Stewart Hase e Chris Kenyon da Universidade de Southern Cross, na Austrália no ano 2000. Em síntese é um modelo aplicado aos alunos que determinam o que, quando e como querem aprender.

Vale lembrar que tanto a Andragogia como a Heutagogia, têm seus princípios calcados na Pedagogia que estuda sistematicamente e estruturalmente os mecanismos da aprendizagem. Porém vamos esclarecer que os 3 modelos de processos de aprendizagem possuem aspectos distintos, como públicos, objetivos e metodologias, embora o propósito é a construção do conhecimento com foco no indivíduo, de uma forma geral.

Na fase adulta com o senso crítico, o acervo informativo e o amadurecimento do conhecimento podemos então selecionar prioridades na nossa formação, todavia o que é levado em conta neste caso são os objetivos e o propósito muitas vezes bem estabelecido. A Andragogia tem seu foco no adulto e o professor passa a atuar como um facilitador devido a flexibilização dos métodos aplicados para o ensino, enquanto que a Heutagogia foca na autonomia do indivíduo, aqui os protagonistas são o autodidatismo, a autodisciplina e a organização. 

O protagonismo do aluno é bem estabelecido onde cria sua trilha de aprendizagem sozinho, com o auxílio do professor ou não. Este fator é bem impulsionado em cursos de Educação a Distância (EAD) em seus diversos níveis, seja na educação continuada até os cursos de graduação e pós graduação. Na Educação Corporativa os métodos são variados e o colaborador aprende conforme o direcionamento, característica e cultura da empresa a qual faz parte. O conceito de Heutagogia emerge com muito mais força fundamentando inovações no ensino e aprendizagem nas organizações, para capacitar funcionários e muitas vezes direcioná-los a cargos de gestão. Este termo está relacionado à tecnologia da informação e ao e-learning.

Segundo Heyse e Kenyon, “aprendizagem está crescentemente alinhada com o que nós fazemos; modernas estruturas organizacionais requerem práticas flexíveis de aprendizagem; e existe uma necessidade imediata de aprender.” (HASE, KENYON, 2000).

Contudo a abordagem heutagógica destaca-se atualmente onde as plataformas virtuais tomam relevância na aprendizagem, pois impulsionam formas flexíveis de estudo e o aluno pode aprender em qualquer lugar e em qualquer tempo, basta acessar as ferramentas digitais.

 A Heutagogia desenvolve o empreendedorismo, a proatividade, o aumento do acervo informativo, o direcionamento de carreira e a inovação que pode contribuir em equipes nas organizações. O que podemos dispor de previsões para o ensino e aprendizagem neste momento? Ainda é cedo para falar e o melhor a se fazer é lançar mão de avaliações, através de indicadores, observações e analises para este novo período e com certeza novas oportunidades e profissionais surgirão para definir este próximo momento.

Ricardo Tomaz