Cortinas de fumaça: o caos planejado que engana o eleitor Randolfe Rodrigues 16.10.22 22h19 A quinta maior taxa de desemprego numa lista de 40 países, mais de 33 milhões de pessoas em situação de fome e o maior percentual de desmatamento dos últimos 15 anos. Temas que deveriam ser debatidos nessa campanha presidencial, mas, não à toa, são consideradas teorias conspiratórias (como: “não existe fome no Brasil”) e cedem espaço para pautas de costume e notícias falsas. VEJA MAIS: Entre civilização e barbárie: o que está em jogo na Amazônia nesta eleição? As cortinas de fumaça usadas pela ultradireita - na tentativa de esconder a realidade de violência e miséria - estão presentes desde o início da gestão Bolsonaro (PL), que lançou logo de cara o famoso “golden shower” enquanto era tema de protestos dos blocos de Carnaval e escolas de samba. Quando o Presidente foi questionado pela queda no PIB brasileiro, por exemplo, ele fez com que um humorista distribuísse bananas aos jornalistas que buscavam respostas sobre os planos econômicos para o país. Um outro esforço em tentar camuflar a verdade e desviar a atenção sobre o sofrimento do povo ficou nítido durante o período mais crítico de proliferação da Covid-19, quando houve a politização das mortes pelo vírus e a criação de fatos paralelos no Planalto, que tentava se desassociar da clara responsabilidade pela tragédia sanitária nacional. Atualmente, a tergiversação - para evitar debater o que realmente importa - concentra forças em mentiras descabidas que se utilizam de valores tradicionais e da fé para manipular o eleitor. Uma das armas sendo utilizada por esses grupos, na reta final da campanha eleitoral, é a declaração infundada e asquerosa da ex-ministra e senadora eleita, Damares Alves (Republicanos - DF), sobre possíveis casos macabros de violência sexual contra crianças na Ilha de Marajó (PA). Outra estratégia é a produção de fake news associando o ex-presidente Lula a movimentos anti-cristãos. A campanha de Bolsonaro não se importa com o espalhamento de ódio e intolerância entre os brasileiros. Pelo contrário, quer incendiar a nação para que isso dê à imprensa e redes sociais assuntos aquém da realidade e abra espaço à manipulação de dados em relação à desastrosa atual gestão federal. Existe um caos planejado e calculado de forma desumana. Usar frases de efeito e mexer com a emoção da população cristã sempre foi uma estratégia de elites negacionistas na busca por poder. No Brasil, essa rede criminosa brinca com o bom senso e estimula a ignorância. É necessário, por isso, estar atento àquilo que rodeia o brasileiro: preço nos supermercados, problemas na saúde, queda na qualidade de vida, corrupção escancarada, violência política. E como bem disse o arcebispo de Aparecida (SP), em 12 de outubro, pouco antes da chegada de Bolsonaro com seus arruaceiros no local, é preciso vencer “os dragões do ódio e da mentira”. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave randolfe rodrigues colunas eleições 2022 campanha política COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Randolfe Rodrigues . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!