E quando teu projeto pessoal de final de ano não foi concretizado?
Neste momento de trânsito para outro ano, há pessoas que avaliam sua vida e constatam que não conseguiram dar conta das promessas que se fizeram, para se fazerem felizes.
Neste momento de trânsito para outro ano, há pessoas que avaliam sua vida e constatam que não conseguiram dar conta das promessas que se fizeram, para se fazerem felizes.
Há quem tenha noção de que planos mudam circunstancialmente. O projeto é apenas o belo rascunho de um mapa que foi desenhado com pouco conhecimento do território. É na jornada que vai sendo redesenhado de forma mais coerente com a realidade.
Mas é possível que a constatação de "não consegui" desperte emoções de muita tristeza, irritação consigo, decepção e avaliações de perda de tempo, desperdício de energia e sentimento de fracasso e culpa.
Tudo bem! Sinta!
Só, muito cuidado pra não estacionar nestas emoções.
De nada adianta também, morrer de pena de si e justificar-se, culpando os outros.
Essas emoções são incômodas exatamente pra nos mover e sairmos do estado em que estamos. Para MUDAR.
Sempre é tempo de recomeço. E temos o Presente para reconstruir e realizar. Além de todos os dias que se seguirão...
Que a tristeza e a frustração abram espaço então, para a tomada de responsabilidade por nós e por nossas escolhas.
COMO?
A primeira sugestão é que se busque ambientes e companhias que nos ajudem a acordar em nós, uma parte muito importante nesta hora e sempre: um "educador interno", amoroso, firme e compreensivo, que auto-observe com atenção e converse gentilmente.
Esse "educador interno" diria, dialogando contigo:
"Não conseguiu? Ok! Pode escolher conseguir a partir de agora. Fazer o que pode, como pode, para cuidar de ti e do teu projeto."
E depois perguntaria:
- Como foi que te distanciaste da tua trilha? O que em ti contribuiu para esse estado?
- Talvez tua "fome" por reconhecimento dos outros ou teu medo de exclusão, tenha te deixado levar principalmente pelas expectativas e demandas dos outros e aí...esqueceste do que precisavas..?
-Talvez com tua cobrança por "excelência já" criaste uma expectativa alta para ser alcançada...e te deixaste dominar pelo medo de arriscar e não conseguir realizar com perfeição e aí... foi adiando, adiando, arranjando mil distrações e urgências...?
- Talvez tenhas te perdido em cega e ansiosa competição com outras pessoas e seguiste o ano inteiro reagindo a elas, além de se comparando e se colocando em desvantagem e isso tenha consumido tempo e energia...e o ano acabou?
- Enfim... há muitas possibilidades...
Importante se auto-observar e às suas memórias para buscar compreensão:
- Como tenho me paralisado ou me distraído na minha trilha?
Identificando essas pistas é possível, daqui em diante, se "flagrar" e se estimular para seguir.
Este "educador interno" que assume cuidados como a um filho na infância, é mais atento para a satisfação de nossas necessidades e também busca identificar:
- O que realmente eu preciso?
- O que na vida realmente é importante pra mim?
- Aquilo que digo que eu quero, sou eu quem quer, mesmo? Ou estou indo atrás porque os outros dizem que é bom?
- O que preciso fazer para viver como necessito?
- Quais meus dons (aquilo que faço com tanto prazer que fica melhor que tudo o mais que faço?
- Como posso alimentar em mim essas habilidades e competências?
- Onde posso buscar essa nutrição?
- Qual apoio necessito dos meus pares para cuidar dessa nutrição?
- Para quem, dentre meus pares, posso pedir apoio neste caminho, caso o precise?
- Que outras alternativas existem para buscar apoio, caso as primeiras estejam impossibilitadas?
- E, como posso contribuir com o mundo com meus dons?
TEMPO DE REFLEXÃO
Quando estamos aprendendo a cuidar bem de nós, precisamos de um intervalo de tempo menor entre um momento de reflexão e outro.
Não somente ao final do ano. Se não, correremos o risco de continuar nos deixando guiar pelo "modo automático" e de repente...acabou outro ano.
Que tal abrir espaço prioritário para fazer isso diariamente?
No silêncio do final ou início do dia?
E registrar essas reflexões