O.J.C. MORAIS

OCÉLIO DE JESÚS C. MORAIS

PhD em Direitos Humanos e Democracia pelo IGC da Faculdade de Direito Coimbra; Doutor em Direito Social (PUC/SP) e Mestre em Direito Constitucional (UFPA); Idealizador-fundador e 1º presidente da Academia Brasileira de Direito da Seguridade Social (Cad. 01); Acadêmico perpétuo da Academia Paraense de Letras (Cad. 08), da Academia Paraense de Letras Jurídicas (Cad. 18) e da Academia Paranaense de Jornalismo (Cad. 29) e escritor amazônida. Contato com o escritor pelo Instagram: @oceliojcmorais.escritor

Versos que se ajoelham diante da fé

Sua lírica é uma das poucas que, em terras da Amazônia, discute a poesia e reflete a respeito do fazer poético

Océlio de Morais

Ainda em homenagem ao saudoso amigo, João Carlos Pereira, o poeta-homem-cultural-completo – que não morreu, mas apenas voltou ao lugar de onde veio – público nesta coluna a apresentação que fez ao meu livro de Poemas “Das coisas humanas”, publicado no mês de agosto deste ano, em Belém.

A seguir, a apresentação ao meu livro livro:

UM POETA QUE SE FORMA

Océlio Moraes é um poeta em fase de construção. Isso não quer significar que seja incompleto. Completos, mesmo, são os mortos. Um poeta completo não cresce, não avança.

Océlio avança. Sua lírica é uma das poucas que, em terras da Amazônia, discute a poesia e reflete a respeito do fazer poético. Mário Faustino considerava essa atitude, entre os poetas, essencial. Não basta escrever.

É preciso refletir, pensar, discutir a poesia. O metapoema é um caminho que oferece para a prática mais do que solitária do fazer artístico. É uma pausa na produção para pensar o próximo passo.

Pouca, muito pouca gente se expõe dessa forma. Não basta escrever. Convém cuidar, educar a própria escrita. Seria essa, em parte, a educação pela pedra proposta por João Cabral.

A didática da poesia permite aventuras pela mística que sempre esteve presente na vida do autor, que também escreve crônicas e elabora sentenças.

A relação com o sagrado é tão antiga como sua poesia. Católico, ele se envolveu com a Igreja de tal modo, que assimilou a mística mais profunda e verdadeira da religião.

Seus versos se ajoelham diante do mistério da fé, como se estivessem no culto, depois de testemunhar a transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue do Senhor.

São versos de inquietação e de comovente aceitação daquilo que não se vê, mas que conforta, evangeliza e salva.

O poeta que deixou o jornalismo também faz versos sobre o amor que ama o espírito e a carne. Mais barroco, nesse aspecto, seria impossível.

A recriação da vida pela palavra nua e sensualizada, às vezes crua, eventualmente pudica, recatada, permite ao poema livre trânsito entre as formas de amar.

Se num ou noutro poema choraminga uma saudade, logo se recupera, retoma o fôlego e o ânimo para questionar a essência do amor que é sublime e quente.

A vida, diria Mário Quintana, são uns deveres que trazemos para fazer em casa. Esses pequenos deveres também aparecem na poesia de Océlio Morais, que muito tardou para mostrar seus versos.

Ocupado com a missão de promover a justiça entre os homens, mediando, analisando, julgando relações trabalhistas, escreveu muito mais do que publicou.

Por isso não foi difícil conseguir material para produzir este volume. Difícil foi selecionar entre tantas páginas não mais esquecidas numa gaveta, mas preservadas nas páginas do computador.

O poeta-cronista-jornalista conhece muito bem a importância das palavras. Sabe, como Cecília Meireles, que nelas existe uma estranha potência em fase de pré-explosão.

O verbo em função estética autoriza ousadias. Este livro poderia se chamar ousadias, porque ousar é tornar-se menos incompleto e partir em direção à poesia, em suma o êxtase do poema.

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