O.J.C. MORAIS

OCÉLIO DE JESÚS C. MORAIS

PhD em Direitos Humanos e Democracia pelo IGC da Faculdade de Direito Coimbra; Doutor em Direito Social (PUC/SP) e Mestre em Direito Constitucional (UFPA); Idealizador-fundador e 1º presidente da Academia Brasileira de Direito da Seguridade Social (Cad. 01); Acadêmico perpétuo da Academia Paraense de Letras (Cad. 08), da Academia Paraense de Letras Jurídicas (Cad. 18) e da Academia Paranaense de Jornalismo (Cad. 29) e escritor amazônida. Contato com o escritor pelo Instagram: @oceliojcmorais.escritor

Os sóis encantados de Porto, Paris e Roma

Océlio de Morais

Parece óbvio, mas, às vezes, a gente nem percebe a beleza das coisas que nos cercam. Belezas nas coisas mais simples e singelezas que sempre estiveram aí nos dizendo bom dia, boa tarde ou boa noite, com linguagem enigmática que precisamos traduzir conforme a doçura que viceja em nossos corações.  

Desde que o mundo é mundo, lá estão o Sol e a Lua a comandar nossas vidas, independentemente de quaisquer leis que o homem venha criar para regular condutas humanos.

Eles mandam e desmandam no destino total da humanidade.

Isso já é tão comum que quase ninguém percebe que deles dependemos para sobreviver: terra, ar, água e fogo estão à mercê dos humores desses dois corpos celestes e, como consequência, toda espécie de vida na Terra.

Dizem os estudiosos da astronomia que a luz do Sol, apesar de estar distante cerca de 150 milhões de quilômetros da Terra, demora em torno de 8 minutos e 18 segundos para chegar à Terra.

A medida de sua velocidade é a medida da nossa dependência; a medida de sua intensidade é a medida de nosso fascínio pelos diversos sóis cotidianos que vão contando e agregando os dias de nossas existência.


Praticamente, o Sol também me empodera. Especialmente os sóis que abrem as cortinas das janelas de cada dia e aqueles que anunciam a chegada faceira da Lua, em noites estreladas ou não, a cada entardecer que também anuncia a mais poderosa lei natural das coisas.

O sol do meu nascimento amazônico, que abriu as cortinas do universo às 08:00 da manhã do dia 8 de setembro, deu-me boas-vindas com raios fúlgidos. Sim, este Sol que nos banha com luz é único.

Mas o Sol sempre reserva, para lugar neste planeta, uma coisa diferente, algo especial, algo estonteante do ponto de vista lúdico, que fisga as mentes e corações das pessoas, especialmente os poetas.

Essa é a sensação, por exemplo, de quem já teve o prazer de ver o pôr-do-sol em Porto, Paris e Roma.

Os sóis de Porto, Paris e Roma, embora não sejam iguais ao Sol da Lapônia, são encantadores porque cortam rios que um dia já foram tão decantados pelos amantes do romantismo renascentista e do iluminismo, como pelos amantes modernos, realçando as belezas arquitetônicas de construções antigas, misturadas com o modernismo.

Nunca fui à Lapônia, aquela decantada região no Norte da Escandinávia, mas acho que todo poeta apaixonado pelas coisas da natureza tem vontade de conhecê-la pela atração de seu Sol da meia-noite e por seus dias de verão que nunca dormem.

Já pararam para imaginar (quem nunca foi lá) a beleza daquele Sol da meia-noite? Fico imaginando que seria como se lá fosse outro planeta, o planeta preferido do Sol e lá só pudessem entrar os seus mais devotos adoradores.

Se assim é, nesse caso, o Sol já elegeu os seus privilegiados adoradores: os bem-aventurados irmãos da Noruega,

Finlândia, Suécia e península de Kola, territórios privilegiados integram a região Norte da Escandinávia.

Mas se os sóis de Porto, Paris e Roma não abraçam todos os dias do verão e se não deixam a noite dormir, como na Lapônia, mesmo assim têm algo que encanta e faz a gente querer que eles nunca vão embora.

Na cidade do Porto, como em Paris e em Roma, o sol se põe mais tarde na temporada verão europeu, por volta das 21h.

Vi esses sóis bem dourados se pondo, como se falassem: até logo. Ou como se dissessem: amanhã a gente se encontra aqui.

O Sol da cidade do Porto deslizava suavemente sobre as águas do Rio Douro, sendo cortejado por seus amantes postados sobre a ponte metálica D. Luiz – um monumento construído entre 1881 a 1888 – que liga a Riviera do Porto à Vila Nova de Gaia, onde são servidas as iguais e os deliciosos vinhos portugueses.

Ah! E o que dizer do pôr-do-sol de Paris? É algo que tira o fôlego, é daqueles de arrepiar só de lembrar... É daqueles que aprisionam o coração.

Encanta porque chama todo mundo para vê-lo passear no rio Sena. Ora sobre as pontes (Neuf, Alexandre III, des Arts, da Normandia, de L’Alma) que o embelezam e servem de refúgios aos namorados, ora guiando bateeu mouche que vão revelando os encantos da cidade Luz.

Agora dá para entender melhor o motivo de tanta paixão daqueles trovadores antigos pelas coisas encantadas do rio Sena, testemunha de muitas promessas e vidas de amor.

Já o pôr-do-sol de Roma parece levar o indivíduo à antiguidade. Assim, pelo menos, eu me senti.

Isso porque ele passeia sobre os sítios arqueológicos como se sentisse saudades da época gloriosa do Império Romano.

O pôr-do-sol por dentro e por fora do Coliseu passa a impressão dos tempos das corridas de bigas e das lutas dos gladiadores, porque são vistos romanos fantasiados com as roupas da época.

Outro charme do pôr-do-sol romano – acompanhado ou não de pizza e vinho da Toscana (por ser o Chianti ou o Brunello di Montalcino) – é o abraço caliente às colinas da cidade, como vi e me deliciei na colina Gianicolo, Trastevere, próximo ao Vaticano. As colinas são cobertas por raios do sol que as penetram até o coração. Sóis, tantos sóis, de nossas vidas.

E o Sol do poeta é o Sol que nasce em qualquer lugar, anunciando que os dias e noites são feitos para o culto à felicidade humana.

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Océlio de Morais
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