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O.J.C. MORAIS

OCÉLIO DE JESÚS C. MORAIS

PhD em Direitos Humanos e Democracia pelo IGC da Faculdade de Direito Coimbra; Doutor em Direito Social (PUC/SP) e Mestre em Direito Constitucional (UFPA); Idealizador-fundador e 1º presidente da Academia Brasileira de Direito da Seguridade Social (Cad. 01); Acadêmico perpétuo da Academia Paraense de Letras (Cad. 08), da Academia Paraense de Letras Jurídicas (Cad. 18) e da Academia Paranaense de Jornalismo (Cad. 29) e escritor amazônida. Contato com o escritor pelo Instagram: @oceliojcmorais.escritor

Entre o bem e o mal, o cálice

Océlio de Morais

(O que o homem poderia dar em troca de sua alma?)

Este  breve ensaio teológico-filosófico se propõe à seguinte reflexão: o “cálice”  de nossas angústias  e dúvidas é uma experiência que revela o livre arbítrio (a liberdade) para as escolhas entre o bem (honestidade, um valor ético)  e o mau (desonestidade, que designa corrupção dos valores). E como segunda assertiva , coloca-se: a corrupção pode levar à perda da própria alma. 

Essa e outras coisas, ando pensando: se Deus quisesse, teria enviado sua legião de anjos e arcanjos do bem para compor  e integrar a equipe de 12 apóstolos de Jesus.  Com isso, e por certo, a missão de Jesus seria muito mais facilitada. Não haveria necessidade de Jesus ter recrutado seus discípulos entre homens com pouca ou quase nenhuma instrução, e de  evidente pouca fé, no início. 

Isso é absolutamente verdadeiro: o Senhor Absoluto da criação possui legiões de anjos do bem. As legiões do bem existem para lutar contra todas as maldades e corrupções terrenas. 

Todo cristão minimamente fiel sabe que daquela  agonia que Jesus  teve no Jardim Getsêmani, antes de ser traído por Judas Iscariotes,  naquele que foi o mais emblemático  ato de corrupção por dinheiro na história da humanidade e diretamente contra Jesus: “Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres”, disse Jesus, sabendo que, com um beijo da corrupção seria vendido por Judas. (Mateus 26:39).

Ao ver Jesus ser preso, um dos discípulos  puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha, sendo contido por Jesus, que disse:

– "Guarde a espada! Pois todos os que empunham a espada, pela espada morrerão.  Você acha que eu não posso pedir a meu Pai, e ele não colocaria imediatamente à minha disposição mais de doze legiões de anjos?” (Mateus; 26:50-43)

Deus poderia ter enviado mais de legiões de anjos com Jesus, mas preferiu confiar no mais perfeito dos perfeitos, no mais puro dos puros, no maior e no mais angelical de todos os seus anjos  – o seu Filho predileto – para a missão resgate na Terra:  renovar a humanidade através da nova mensagem, a fraternidade universal, cujo efetividade ainda pode ocorrer pelo acolhimento honesto e sincero ao maior e mais importante mandamento que Ele nos legou: 

– “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”, mandamento que é complementado em seu sentido teológico pelo segundo mais importante mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo”. (Mateus 22:36-).

Então, não é que Deus tenha colocado Jesus numa fria e  O tenha deixado à própria sorte. Ao contrário, esses episódios da santa vida terrena de Jesus apontam para duas questões essenciais da condição humana:  a primeira, o livre arbítrio (a liberdade) às boas e éticas escolhas – liberdade que deduz, por outro lado, a rejeição da corrupção que escraviza e envenena a alma; e, a segunda,  a permanente luta do bem contra o mal.

No primeiro caso – o livre arbítrio (a liberdade) das escolhas – Jesus teve a possibilidade de recusar a missão que lhe fora delegada, mas livremente Ele disse: “(...) Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.”  Ali, com plena consciência da liberdade, optou em dar prosseguimento à sua missão.

No segundo caso – a luta do bem contra o mal – é a realidade que cada ser humano experimenta todos os dias, embora nem todos percebam isso.  A Bíblia Sagrada é cheia desses exemplos: um deles, está na oração do Pai Nosso: “ (...) E não nos deixes cair,  em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém.” (Mateus, 6:13)

A luta do bem contra o mal é, e sempre será, permanente.  Não foi à toa que Pedro (5:8-9), o apóstolo da fé, alertou que “ O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.”. E, por isso, pediu: “Estejam alertas e vigiem”.

São as  forças espirituais do bem (Jesus e as mais de 12 legiões de anjos), que orientam escolhas individuais e coletivas de natureza  éticos-morais,  e, de outro lado,  as forças do malígnas,  deturpam a liberdade de escolha, corrompem os valores éticos-morais e escravizam  a alma.

Essa questão ética (o bom em oposição ao mal), como decorrência do livre arbítrio, expõe outra questão teológica,  relativa à corrupção dos valores, a qual também conduz à corrupção ou perdição da alma:  a corrupção que alimenta o desejo cego do dinheiro fácil e a cegueira ideológica do poder pelo poder como efeito direto  da corrupção das boas coisas do mundo. 

 O próprio Jesus apontou esse desvio corruptivo da condição humana:  "Para trás de mim, Satanás! Você não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens".

A opção pelas  coisas (corrompidas) do mundo – Jesus também advertiu sobre isso – são gravíssimas, porque levam à perda da alma: “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderia dar em troca de sua alma? (Mateus, 7:3637).

O diabo – recorde-se sempre – tentou corromper Jesus,  oferecendo-Lhe riquezas, poder, glória e reinos  e, em troca, exigiu que Jesus se ajoelhasse diante dele. Por outras palavras: o diabo (força  maligna)  oferece um  luxuoso, um suntuoso,um  magnífico banquete; mas, por outro lado, sempre quer algo em troca: que todos se ajoelhem diante dele e, assim, dele se tornem servos e escravos, asseclas do mal. 

O satanás não oferece  nada de graça. Por isso, Jesus perguntou: “ o que o homem poderia dar em troca de sua alma? . E também por isso, sabendo das falibilidades humanas, Jesus  recomendou:  "Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca., segundo relato do evangelho de Mateus , 26:41.  Isso quer dizer que todos, indistintamente, somos tentados a todo instante pela corrupção (força maligna). A corrupção é o teste de fogo ao livre arbítrio. 

“ O que o homem poderia dar em troca de sua alma?”. A pergunta transcende o tempo. Quem ainda não ouviu – no meio do povo – alguém falar: “é corrupto: vendeu a alma ao diabo por dinheiro e pelo poder". Então,  eis a dimensão da advertência de Jesus  quando pregava à multidão e aos discípulos, segundo  também relatou  1 João, 5:4-5: a corrupção é o ardil maligno que oferece lautos banquetes, e, nessa condição,  a corrupção traduz desvio ético-moral  do livre  arbítrio.

Logo, quando Deus permitiu a Jesus que escolhesse o seu time de apóstolos, havia um propósito especial: dar a oportunidade (liberdade de escolha) ao caminho do bem (em oposição à corrupção dos bons valores), porque sabia que todos podemos evoluir espiritualmente para o bem e viver no bem, iluminados pelo princípio mandamental maior e mais importante:  “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”.

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ATENÇÃO: Em  observância à Lei  9.610/98, todas as crônicas, artigos e ensaios desta coluna podem ser utilizados para fins estritamente acadêmicos, desde que citado o autor, na seguinte forma: MORAIS, O.J.C.;  Instagram: oceliojcmoraisescritor

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