O.J.C. MORAIS

OCÉLIO DE JESÚS C. MORAIS

PhD em Direitos Humanos e Democracia pelo IGC da Faculdade de Direito Coimbra; Doutor em Direito Social (PUC/SP) e Mestre em Direito Constitucional (UFPA); Idealizador-fundador e 1º presidente da Academia Brasileira de Direito da Seguridade Social (Cad. 01); Acadêmico perpétuo da Academia Paraense de Letras (Cad. 08), da Academia Paraense de Letras Jurídicas (Cad. 18) e da Academia Paranaense de Jornalismo (Cad. 29) e escritor amazônida. Contato com o escritor pelo Instagram: @oceliojcmorais.escritor

As palavras de cada coração

Océlio de Morais

Vou iniciar essa pensata com o seguinte pedido aos meus leitores: depois de lerem os questionamentos a seguir, fechem os olhos, pensem serenamente e respondam, a si mesmos, com franqueza de espírito: 

Já pensou, logo ao acordar, na quantidade de palavras que, naquele dia, você vai pronunciar? Você já pensou no sentido e nos efeitos de cada palavra que serão pronunciadas durante o dia? Você já pensou, logo ao acordar e durante o dia, nas pessoas que serão suas interlocutoras e o que você dirá a elas?

E, por toda a vida, seria possível quantificar em horas a quantidade de palavras pronunciadas? E dessa quase infinitude de horas, seria possível separar as palavras amáveis das palavras amargas, separar as palavras fraternas e solidárias das palavras invejosas, soberbas, avarentas e traiçoeiras?  

Quero compartilhar essa pensata sob uma perspectiva quase imperceptível do cotidiano subjetivo de cada pessoa e o seu manancial de palavras, os quais personificam suas nobres condutas ou revelam espíritos ardilosos, traiçoeiros, falsos e conflituosos.

Podem observar: a palavra pode funcionar como uma brisa suave que leva perfume e serenidade à  alma ou como uma espada bem afiada e pontiaguda, que transpassa e mortifica o coração.

Tudo isso tem a ver com a simplicidade como virtude, cuja a base sólida e a humildade de espírito, ou, no lado oposto, está relacionado à soberba (aquele sentimento de superioridade esmagadora em relação ao outro) – soberba que alimenta o seu veneno de prepotência no orgulho e na ignorância presunçosa.

O manso e humilde de coração usa a palavra com a sinceridade da sua alma, selecionando bem cada palavra a ser dita e, assim, expressa as ideias da consciência honesta e sincera. . A pessoa arrogante e presunçosa usa a palavra como uma lança traiçoeira, maquinando-a como a víbora que espreita (às escondidas) para atacar maliciosamente a vítima.

O uso das palavras é algo muito sério. E sempre esteve dentre as grandes preocupações da filosofia –  não apenas como signo de comunicação humana – mas também como designação de sabedoria entre os que pensam (mas não falam tudo o que pensam) e os que pensam e não selecionam com prudência tudo o que falam.

Nos termos de Jesus – o maior sábio de todos os tempos e Divino por natureza espiritual – o mal uso das palavras era uma constante. E, por isso mesmo, Mestre dos mestre, nas suas diversas pregações, advertia contra o falso testemunho: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”, disse Jesus,  onforme o evangelista Mateus, conforme (12.34), ratificando o nono mandamento outorgado por Deus a Moisés: “Não darás falso testemunho contra o teu próximo”. (Êxodo 20:16).

A palavra amável, fraterna e solidária é a expressão do bom coração, enquanto a palavra venenosa é traiçoeiramente concebida nos escombros dos pensamentos sombrios até ser vomitada pela boa acusatória. Jesus resumiu isso da seguinte forma, conforme relato do evangelista Mateus (12.34): “a boca fala do que está cheio o coração”.

Jesus foi vítima do falso testemunho e de falsas acusações – e tanto e quantos nos dias atuais também o são – ao ponto de chamar os mestres das leis de hipócritas, porque não praticavam o que pregavam: “Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas!”, disse Jesus, segundo Mateus, 25:13.

Por isso, ninguém tem o direito de macular a imagem de outrem, tampouco a autorização para fazer narrativas políticas e massacrar a vida de outrem, desprezando a sua história e seus bons valores.

Se bem pensarmos no poder das palavras, assim, de todas as palavras que cada um já pronunciou, certamente poderá encontrar um amontoado de palavras horríveis e venenosas já pronunciadas, mas podem ser encontrados mares e oceanos de palavras boas, fraternas e solidárias que já pronunciamos. 

Então, sendo a palavra reveladora do que repousa no coração de cada um, cada palavra tem um sentido da alma daquele que a expressão.

 Tudo então leva à seguinte afirmação final: cada Palavra deve ser a luz incessante para alguém enxergar melhor os seus bons propósitos à vida. E não uma flecha traiçoeira e untuosa de veneno que aniquila e viola a dignidade humana.

O tempo da vida deve ser o tempo da boa palavra, aquela que a boca fala do que o bom coração está cheio. 

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ATENÇÃO: Em observância à Lei  9.610/98, todas as crônicas, artigos e ensaios desta coluna podem ser utilizados para fins estritamente acadêmicos, desde que citado o autor, na seguinte forma: MORAIS, O.J.C.;  Instagram: oceliojcmoraisescritor.

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