A vida Océlio de Morais 25.04.23 8h43 Pensata de Océlio JC Morais Por toda a minha existência, de forma direta ou indireta, muita gente me ajudou – e ainda ajuda – a subir muitos degraus, bem como colaborou para a aquisição de meus valores e para a formação de meu caráter. Pessoas que se dedicam a ajudar outras são guiadas pela boa espiritualidade. Esses anjos do bem – o meu é Ierathel que integra a legião da qualidade das dominações e auxilia nas emergências ou resoluções de conflitos humanos — são mensageiros de Deus. Assim, não estamos sozinhos. E nada conquistamos sozinhos. Mas também por toda a minha existência até então igualmente percebi — e ainda é perceptível — que tem gente que, às escuras, procurou me prejudicar. Por certo que isso acontece com todo mundo. Não é um privilégio meu. A experiência da vida é uma constante luta entre pessoas boas e pessoas más. O exemplo – pessoas boas e pessoas más, bem visíveis aos nossos olhos – é a confirmação da verdade, segundo a qual também existe uma permanente luta entre as forças espirituais do bem e as forças espirituais do mal. Observem isso com calma no seu cotidiano e também no das pessoas de seu convívio mais próximo. Os sinais são claros: existem pessoas solidárias e fraternas, que nos brindam com preces e orações como blindagem contra os malévolos, aqueles que se aperfeiçoam na maldade e atiram suas flechas venenosas para minar ou destruir a vida daquele que eles consideram inimigos. Pessoas malévolas são dominadas por espíritos maus, cuja tarefa neste plano terreno é neutralizar a evolução espiritual de quem atravessa seus caminhos e se opõem aos seus projetos perversos. São pessoas que trancam a mente e o coração para o bem ao mesmo tempo em que direcionam para o mau o seu desejo (aquela parte irracional do nosso corpo, para citar Kant) e a sua vontade (o resultado da escolha intelectual, portanto, é racionalidade, ainda conforme Kant). Pessoas malévolas são ardilosas. São movidas por desejos nocivos incontroláveis e por vontades prenhes inconfessáveis. Os seus pensamentos maldosos (desejos) são povoados pela usura, luxúria, avareza, soberba, egoísmo, inveja, ingratidão, vingança e pela ira. Pessoas boas são aquelas que não desejam o mal a ninguém e nem o praticam, pois, com honestidade de alma, se dedicam a fazer o bem incondicional a qualquer necessitado, sem olhar a quem. Os seus pensamentos (os desejos) são povoados dos bons valores: caridade, bondade, compaixão, perdão e gratidão. São pessoas que têm a mente e o coração abertos às virtudes como necessárias à dominação das desvirtudes. Esses dois elementos (desejo x vontade) da natureza humana conduzem à minha tese filosófica nesta reflexão filosófica : a vida é física e metafísica, pois a vida física é apenas uma parte do plano da espiritualidade. Os desejos, porque habitam o pensamento, são o conjunto do imaginário que mandam estímulos ao corpo. Eles estão no mundo da abstração: pensamos nisso ou naquilo, desejamos isso ou aquilo. Eles são o repositório ou espécie de banco das vontades humanas. As vontades (escolhas conscientes) realizam os desejos, bons ou maus. Por isso, a vontade é racional: minha vontade (racionalidade) é realizar meu desejo (aquilo que naturalmente nasce na mente e a natureza do corpo quer). Meu desejo é fazer o bem (pensamento) e a minha vontade (decisão de fazer ou não fazer) será a concretização do desejo. O desejo pode ficar trancado na gaveta dos próprios desejos imagináveis, realizáveis ou não. Mas poderá ser colocado em prática quando a vontade (decisão racional) o liberar do mundo das ideias. Os desejos e vontades que incorporamos, conforme o livre arbítrio durante a passagem terrena, são marcados pelas virtudes e desvirtudes, cuja percepção mais clara será possível com as experiências de vida. O desejo (pensamento) em ser bom e a vontade (a escolha que concretizará ou não o desejo abstrato da mente) não são apenas uma condição do corpo em si. Mas também da condição espiritual de cada indivíduo. A vida se resume à terra, diriam os céticos e ateístas atuais, assim como já o fizeram os filósofos materialistas (por exemplo, Karl Marx, Ludwig Feuerbach, Charles Darwin e Sigmund Freud), os denominados “cavaleiros do ateísmo”, para usar a expressão do filósofo Chileno Gómez, na obra “O Deus da Filosofia – Deus existe?”. Vou apresentar três perguntas que, penso eu, são bem exemplificativas à tese desta pensata. A primeira: por que, na terra, alguém nos desejaria tanto mal se na mesma vida nunca fizemos mal a ela? A segunda: por que, na terra, alguém nos faz mal (violências físicas, psicológicas, emocionais ou morais) se, na vida terrena, nunca infligimos quaisquer males a ela? A terceira: por que pessoas que nunca vimos ou conhecemos nos ajudam com preces e orações ? Como podemos argumentar? O princípio básico é o seguinte: não há nenhuma lógica que possa apresentar evidências científicas de que essas manifestações (boas ou más) sejam rigorosa e exclusivamente do mundo físico entre pessoas que nunca se conheceram e, portanto, reciprocamente jamais desejaram algum mal contra outrem. E tampouco que pessoas pensem (desejem) praticar o bem ou o mal – e pela vontade o praticam – a favor ou contra alguém ou em face da coletiva. Isso tudo está na compreensão da espiritualidade: bons e maus espíritos em luta permanente. A escritora Mônica Buonfiglio – estudiosa da da Angelologia ou Angeologia (doutrina teológica que estuda os anjos) – apresenta um exemplo da realidade metafísica (anjos) em comunicação com a realidade física (humanos). Eis o excerto da obra “A Magia dos Anjos Cabalísticos” (2022, p. 68) — “Quando você tem uma dúvida no coração ou está passando por alguma dificuldade, vem sempre a vontade de dar um telefonema ao seu melhor amigo. Quando isso acontece, na verdade, seu anjo da guarda acionou um contato com o guardião do seu amigo. É aí que acontecem as coincidências: você está saindo para a casa da pessoa e ela que vem ao seu encontro, ou então, ela liga ou já deixou um recado”. Exemplifico ainda com um excerto da “Carta sobre a Felicidade”, dirigida a Meneceu, por Epicuro, o filósofo que — na infância foi acusado de bruxaria, mas sua biografia comprova ao contrário — bem distinguiu entre a morte do corpo e a imortalidade. O excerto: “Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo o bem e todo o mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações.” (...) considerando a divindade como um ente imortal e bem-aventurado, como sugere a percepção comum de divindade, não atribuas a ela nada que seja incompatível com a sua imortalidade, nem inadequado à sua bem-aventurança; pensa a respeito dela tudo que for capaz de conservar-lhe felicidade e imortalidade” Epicuro então – embora quando se refira à imortalidade, designe os deuses — deixa bem clara o antagonismo entre “todo o bem e todo o mal” que dominam a vida, bem como expressou a crença na imortalidade e bem-aventurança (a espiritualidade) ou na Teosofia, a crença ou pensamento filosófico baseado na visão mística da natureza de divina. Encerro com Jesus, o maior de todos os filósofos e o maior de todos os profetas, na perspectiva humana. E o próprio Deus-filho, na perspectiva dual da eclesialidade: condição humana e natureza divina, possibilidade, aliás, que o Mestre prometeu a qualquer, desde que as as ações na terra sejam boas o suficiente para nos conectar com os Céus: — Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19 Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus (Mateus, 18:19) E o maior exemplo concreto dessa promessa cumprida foi o acolhimento do pedido do Dimas, o ladrão arrependido, quando este o Rogou: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino” Ao que Jesus respondeu: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” Lucas 23:42-432). Haverá ainda alguma dúvida de que, na verdade, o bem o bem e o mal –não obstantes presentes no cotidiano — são questões do mundo da espiritualidade (o mundo metafísico), aquele do acreditar pela fé ou desacredita por força do ceticismo ou do ateísmo? Não é que exista alguma “coisa” além da vida na terra. Não é “coisas”. É bem maior.. Existe noutra dimensão – e bem maior do que a pequenez da fé – a razão espiritual de tudo: Deus, o Sublime Criador! Estou convencido que, pela experiência, de que a vida também é espiritual, pois a vida física é apenas uma parte do plano da espiritualidade. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas océlio de morais COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Océlio de Morais . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. 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