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Jornalismo na sociedade, Leonardo da Vinci e Pílulas Digitais

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PAPO LIBERAL

Em comemoração aos 73 anos de O LIBERAL e a um ano de OLiberal.com, a Mais Liberal conversou com Mário Camarão, doutorando em Comunicação e Informação e mestre em Ciências da Comunicação, sobre o papel do Jornalismo na sociedade e os embates nos dias atuais. Confira!

Qual a relação entre jornalismo, imprensa e democracia?

Não podemos aceitar que o jornalismo sucumba e perca credibilidade em nome do jogo de interesses, da censura e, hoje, mais precisamente, da pós-verdade. É desafiador o papel do jornalista em tempos de crise. Vivemos um momento em que se faz necessário cada vez mais olharmos e atentarmos para o papel da mídia e sua influência direta sobre as decisões e o futuro-presente da democracia.

A forte polarização pela qual passa o Brasil representa um risco para o jornalismo?

Pelo contrário. Temos que ver que o jornalismo é essencial para garantir que o público tenha subsídios para se orientar diante desses embates discursivos de grupos diferentes. A polarização acaba gerando bolhas e o jornalismo precisa quebrar e desconstruir cada vez mais esses espaços do discurso inviezado, manipulado e  parcial.

Como não ser vítima nem propagar fake news?

Acredito que o cuidado e atenção em checar a informação antes de compartilhar é a principal arma contra as notícias falsas. A instantaneidade e a pressa em propagar a informação dão margem para os equívocos. Ou ainda a crença em determinado valor ou ideal de vida podem potencializar tal propagação. É o que chamam de pós-verdade. A crença nos sentimentos.Terreno fértil para fake news.

De que forma o jornalismo pode contribuir para a construção de um país melhor?

O jornalismo possibilita o acesso à informação de maneira precisa e Plural. Ainda que saibamos que o exercício da imparcialidade é necessário, por vezes deparamo-nos com práticas desvirtuantes que contribuem para “desinformar” o leitor. Contribuindo de maneira negativa para práticas e situações que muitas das vezes a informação e o jornalismo conseguem mudar.

Você acha que a tecnologia ajuda a democratizar o jornalismo?

A tecnologia do digital potencializou o acesso e produção de conteúdos. Todos produzem conteúdos informativos, mas poucos fazem jornalismo. Há uma dicotomia muito grande entre produtores de conteúdos e jornalistas. O grande desafio é saber o espaço de cada um. Acredito que o jornalismo acaba tendo papel preponderante diante dessa profusão de conteúdos que, muitas das vezes, não têm qualquer preocupação ética e nem social.

O que esperar do jornalismo nos próximos anos no Brasil e lá fora?

Alguns anunciam a morte do jornalismo. Eu vejo cada vez mais urgente e necessário que façamos nosso papel. O papel de informar e ter o cuidado com a apuração, a checagem dos fatos, as denúncias, o confronto das versões, os vários lados da informação e, principalmente, o papel social. Nosso legado maior. O jornalista tem compromisso a sociedade.

500 ANOS DE UM GÊNIO

A partir deste fim de semana, a jornalista Francy Rodrigues traz, aqui na versão digital da coluna, dicas para nossos leitores turbinarem a qualidade do conteúdo e a audiência de seus perfis pessoais e profissionais nas redes sociais. Com uma carreira consolidada no Telejornalismo, inclusive com uma longa passagem pela TV Liberal, Francy optou por respirar novos ares e mergulhou de cabeça no estudo das plataformas digitais, em especial o Instagram. Há um ano, ela passou a fazer parte do projeto ‘#Tá Na Mão!’, que realiza workshops pelo Brasil para ensinar como captar e editar conteúdo no smartphone e como trabalhar a linguagem das redes. Na estreia, Francy fala sobre a nova forma de se relacionar no universo digital.


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