LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Realidades filosóficas

Linomar Bahia
Há quem se refira aos filósofos de ontem e de hoje com um certo desdém, alguns os considerando espécie de alienados ou desocupados, que preenchem a ociosidade com formulações de frases auto-promocionais. Já disseram que a “filosofia é a ciência com a qual ou sem a qual o mundo vai tal e qual”, ignorando que o pensamento milenar está repleto de frases marcantes de épocas e episódios da história. Ganharam “status” como legendas de acontecimentos registrados desde antes de Cristo e revivem nas sábias lições que têm atravessado os séculos em tantos eventos marcantes da existência humana.
 
Entre a humildade de Sócrates, contida na frase “eu só sei que nada sei”, e a arrogância de frequentadores de jornais e personagens de  sandices a quantos compõem a mediocridade cultural de certos programas radio-televisivos, despontam aqueles que em todos os tempos e momentos produziram pensamentos tão lapidares que passaram a referenciar as realidades que vivenciamos. Platão, por exemplo, que viveu entre os anos de 427 e 347 antes de Cristo, disse “que não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam”. Lembra o agora?
 
Pensamentos como esse, sublinhando atos e fatos das respectivas gerações, têm sido rememorados com a frequência e ocasiões assemelhadas de hoje, transformando a filosofia em instrumento de visões quase proféticas a milênios de anos memoráveis. Num país como o Brasil, onde as situações e decisões surpreendem pelos inusitados nas peculiaridades e alcances, há um número interminável de citações filosóficas que se assentam como luvas, parecendo que, mesmo distantes no tempo, foram gestadas exatamente em função e a caráter, exibidos em “memes” apropriados aos novos momentos.
 
Na cruzada contra a discriminação racial, Martin Luther King dizia que “o que me preocupa não é o grito dos maus, o que me preocupa é o silêncio dos bons”, na medida para a passividade dos brasileiros ante adversidades.  Bem ao Brasil de hoje, Carlos Lacerda alertava em “A rosa dos meus caminhos” que se “desconfie do democrata que não se preparou para governar; ou é demagogo ou oportunista, mas sequer é democrata”. Ulisses Guimarães se posicionou contra a genealogia nos cargos públicos, dizendo ser “indecoroso fazer política uterina (...) O bom político costuma ser mau parente”.
 
São pensamentos que os homens e seus costumes tornam atuais, refletindo a percepção dos filósofos para quanto está se repetindo, tal como a história. Napoleão Bonaparte também revive em fatos atuais ao dizer que “nada vai bem num regime político em que as palavras contradizem os fatos”, que Charles Tellyrand poderia complementar dizendo que “a palavra foi dada ao ser humano a fim de que ele pudesse, com ela, encobrir seus pensamentos”. Ao que Winston Churchill retrucaria, afirmando que “as palavras ruins, inverídicas ou contraditórias não se proferem; engolem-se, porque não estragam o estômago. 
 
Linomar Bahia é jornalista e escritor
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