LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Aonde vamos?

Linomar Bahia

Paira sobre o país uma pergunta tão perturbadora quanto desafiadora, daquelas que a resposta pode valer um milhão sobre para onde estamos indo política e economicamente. Parece um barco à deriva, fustigado pelas sucessivas ondas dos desvios de funções institucionais cada vez mais perigosos, alimentando as especulações do que poderá estar por vir e  permitindo a desagradável lembrança dos episódios que eclodiram na revolução de 1964.

São os  “tempos estranhos”, percebidos pelo ex-presidente e ministro aposentado do STF Marco Aurélio de Mello quando já se as inconsistências institucionais, que só têm se agravado, pretextando defender a democracia. Não raro, contudo, solapam pilares constitucionais em que repousam os fundamentos democráticos, em continuadas ações heterodoxas tornando a expressão incomodamente repetitiva pela estranheza com que  atuam os Poderes da República.

Estranhamente, há uma aparência de que tudo vai bem, quando se olha, se vê e se ouve, remetendo à máxima cunhada pelo ministro da Fazenda do governo FHC Rubens Ricúpero, segundo a qual “o que é bom, a gente mostra, o que é ruim, a gente esconde”. Pelo menos é o que se conclui quando se omitem fatos de extrema gravidade, como um rombo superior a 230 bilhões de reais nas contas do governo e há fuga de um presídio que seria de segurança máxima.

Tem sido notável o esforço de certos segmentos para minimizar ocorrências que agridem a inteligência de ouvintes e leitores, em que comentaristas se empenham em verdadeira acrobacia vernacular, havendo quem diga e se desdiga no mesmo texto, tentando esconder o envio de 150 toneladas de alimentos para matar a fome de cubanos, enquanto 33 milhões de brasileiros continuam esperando pelas três refeições diárias prometidas na campanha.

Entre conflitos de interesses, desvios de funções e intromissões recíprocas indevidas entre os Poderes, há crise aberta com Israel e o gasto absurdo de mais de três bilhões de reais em viagens presidenciais. Uma espécie de cumplicidade entre responsáveis pelas ilegalidades e quem os deveria combater, como na acusação do pastor luterano alemão Martin Niemöller, que viveu entre os anos de 1892 e 1984, pelo silêncio sobre as atrocidades cometidas pelo nazismo

Segundo ele, ao criticar a indiferença dos que acham que nada têm a ver com as coisas, quando podem ter tudo a ver, “Primeiro eles vieram buscar os socialistas, e eu fiquei calado — porque não era socialista. Então, vieram buscar os sindicalistas, e eu fiquei calado — porque não era sindicalista. Em seguida, vieram buscar os judeus, e eu fiquei calado — porque não era judeu. Foi então que eles vieram me buscar, e já não havia mais ninguém para me defender.

 

Linomar Bahia é jornalista, escritor e membro das Academias Paraense de Letras, Jornalismo e Literária Interiorana

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