Aonde vamos? Linomar Bahia 12.03.24 16h46 Paira sobre o país uma pergunta tão perturbadora quanto desafiadora, daquelas que a resposta pode valer um milhão sobre para onde estamos indo política e economicamente. Parece um barco à deriva, fustigado pelas sucessivas ondas dos desvios de funções institucionais cada vez mais perigosos, alimentando as especulações do que poderá estar por vir e permitindo a desagradável lembrança dos episódios que eclodiram na revolução de 1964. São os “tempos estranhos”, percebidos pelo ex-presidente e ministro aposentado do STF Marco Aurélio de Mello quando já se as inconsistências institucionais, que só têm se agravado, pretextando defender a democracia. Não raro, contudo, solapam pilares constitucionais em que repousam os fundamentos democráticos, em continuadas ações heterodoxas tornando a expressão incomodamente repetitiva pela estranheza com que atuam os Poderes da República. Estranhamente, há uma aparência de que tudo vai bem, quando se olha, se vê e se ouve, remetendo à máxima cunhada pelo ministro da Fazenda do governo FHC Rubens Ricúpero, segundo a qual “o que é bom, a gente mostra, o que é ruim, a gente esconde”. Pelo menos é o que se conclui quando se omitem fatos de extrema gravidade, como um rombo superior a 230 bilhões de reais nas contas do governo e há fuga de um presídio que seria de segurança máxima. Tem sido notável o esforço de certos segmentos para minimizar ocorrências que agridem a inteligência de ouvintes e leitores, em que comentaristas se empenham em verdadeira acrobacia vernacular, havendo quem diga e se desdiga no mesmo texto, tentando esconder o envio de 150 toneladas de alimentos para matar a fome de cubanos, enquanto 33 milhões de brasileiros continuam esperando pelas três refeições diárias prometidas na campanha. Entre conflitos de interesses, desvios de funções e intromissões recíprocas indevidas entre os Poderes, há crise aberta com Israel e o gasto absurdo de mais de três bilhões de reais em viagens presidenciais. Uma espécie de cumplicidade entre responsáveis pelas ilegalidades e quem os deveria combater, como na acusação do pastor luterano alemão Martin Niemöller, que viveu entre os anos de 1892 e 1984, pelo silêncio sobre as atrocidades cometidas pelo nazismo Segundo ele, ao criticar a indiferença dos que acham que nada têm a ver com as coisas, quando podem ter tudo a ver, “Primeiro eles vieram buscar os socialistas, e eu fiquei calado — porque não era socialista. Então, vieram buscar os sindicalistas, e eu fiquei calado — porque não era sindicalista. Em seguida, vieram buscar os judeus, e eu fiquei calado — porque não era judeu. Foi então que eles vieram me buscar, e já não havia mais ninguém para me defender. Linomar Bahia é jornalista, escritor e membro das Academias Paraense de Letras, Jornalismo e Literária Interiorana Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave linomar bahia Linomar Bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Os “xis” das questões 26.04.24 11h56 Linomar Bahia Acerto de contas 26.04.24 11h48 Linomar Bahia Bode expiatório 26.04.24 11h25 Linomar Bahia Aonde vamos? 12.03.24 16h46