CNU: inclusão que começa no edital e se estende à atuação do servidor aprovado
Muito mais do que facilitar o acesso a cargos públicos federais, o Concurso Nacional Unificado (CNU) é, por si só, uma política de inclusão. Do modelo de aplicação à estrutura de conteúdo, o CNU 2025 (assim como a primeira versão) foi pensado para ampliar oportunidades, reconhecer desigualdades históricas e formar um funcionalismo mais representativo da sociedade brasileira.
No edital, há reserva de vagas para pessoas com deficiência, pessoas negras, indígenas e, pela primeira vez, para comunidades quilombolas. A possibilidade de fazer a prova em diversas cidades do país, com isenção da taxa de inscrição para grupos vulneráveis, também representa um avanço logístico e simbólico. Mas o compromisso com a inclusão vai além das cotas: está também no conteúdo cobrado dos candidatos.
As disciplinas de Conhecimentos Gerais para cargos de nível superior tratam diretamente de temas como Diversidade e Inclusão na Sociedade, Ética e Integridade, Desafios do Estado de Direito, assim como Realidade Brasileira nos blocos de nível intermediário. Esses temas não são acessórios. Eles são estruturantes da formação do servidor público que o Estado brasileiro quer para os próximos anos: alguém que compreenda as diferenças, reconheça vulnerabilidades e atue com ética e responsabilidade social.
O estudo dessas disciplinas exige do candidato mais do que memorização: exige reflexão. Mais do que saber o que está na Constituição e nas leis, é preciso entender como aplicar princípios de justiça, equidade e inclusão na prática cotidiana do serviço público. O servidor aprovado irá lidar com realidades diversas — em comunidades indígenas, periferias urbanas, sistemas de saúde e justiça — e precisa estar preparado para agir com empatia e consciência crítica.
O CNU representa uma ruptura com o modelo tradicional de concurso. A exigência de disciplinas voltadas à inclusão mostra que o futuro servidor precisa estar tecnicamente capacitado, sim — mas também humanamente preparado.
Diversidade e Inclusão na Sociedade é disciplina de destaque nos blocos de nível superior do CNU
Para auxiliar quem está se preparando para o CNU, a coluna entrevistou Douglas Gomes, Professor da disciplina Diversidade e Inclusão na Sociedade.
Douglas destacou as seguintes dicas:
- A banca FGV é uma banca acadêmica, portanto, o candidato deve ter uma compreensão crítica sobre a discussão política dos diversos segmentos (Idosos, LGBTQIAPN+, Povos Indígenas, População de rua, etc.);
- É necessário conhecer os conceitos aplicados pelos Documentos Normativos Legais para cada grupo específico.
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