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Fato e Notícia

Diego Santos

Pergunte para um jornalista o que é notícia e certamente você terá dezenas de respostas. 

Matéria-prima do trabalho jornalístico, a notícia também é responsável pela caracterização ideológica e comercial de um veículo de comunicação. Um jornal que proclame e que faça notícias para toda uma população se diz um jornal plural, sem bandeiras políticas ou ideológicas. Por princípio, Horkheimer, Adorno e grandes autores da Escola de Frankfurt afirmam que um meio de comunicação está ligado ideologicamente a uma classe, por isso, é importante desmontar esse mito da imparcialidade, que é uma fórmula para garantir a saúde econômica de um veículo.

Os veículos "vendem" a notícia, não só na forma de pagamento direto (compra de jornal, revista), mas, principalmente, pela venda de anúncios nos espaços entre essas notícias. Quanto "melhores" as notícias, maior o índice de audiência e, consequentemente, maior a verba publicitária. Todo meio de comunicação está atrás de maiores índices de audiência. Uma das maneiras de se obter maiores índices é conseguir notícias que sejam mais próximas, mais significativas e que apresentem maior novidade para o receptor. 

Nem todo fato é notícia

Os fatos são os acontecimentos do dia a dia e se tornam notícia quando um meio de comunicação os seleciona e os trata de forma a torná-los produtos de consumo do receptor. Outra forma é não segregar o público. Jornais que assumem bandeiras ideológicas geralmente são lidos por quem concorda com essas ideias. Finalmente, é preciso garantir o funcionamento do mecanismo da indústria: prazos mais curtos na elaboração do produto (notícia), com menos erros (política de qualidade) e destaque para assuntos de interesse amplo.

O uso do lead acelera o processo industrial, pois além de ser uma "receita", facilita a edição dos textos, que podem ser cortados pelo pé, já que a notícia está no topo. Se você quer aprender mais sobre a técnica do lead, clique aqui. Porém, se todo meio de comunicação é um aparelho ideológico e as técnicas do jornalismo "informativo" tentar disfarçar essa ideologia, é preciso recorrer a análises mais profundas para reconhecer a ideologia na comunicação jornalística.


Nem toda a notícia é real

Fake News significa, literalmente, notícias falsas. O termo ganhou forte destaque durante a eleição presidencial dos E.U.A, na qual Donald Trump anunciou todas as notícias negativas a seu respeito como fake news. Ao longo de sua campanha, tanto Donald Trump quanto seus oponentes denunciaram uma grande quantidade de notícias falsas espalhadas nas Redes Sociais. Está aí a principal característica da Fake News: elas não aparecem na mídia tradicional, mas se movem no mundo digital.

O objetivo principal das notícias falsas é criar desinformação. Existe ainda muita gente que lucra com a produção de fake news, compartilhando "sem dó nem piedade" em sites  marginais (que estão à margem dos grandes veículos), nos quais as notícias falsas prevaleciam para ganhar dinheiro (clique + audiência =  remuneração de adsense).

E por que criar desinformação? 

Em uma era onde a informação, literalmente, procura seus alvos/leitores e manipula sua opinião pode, teoricamente, influenciar desde uma votação de Big Brother até campanhas presidenciais. 
O negócio é tão sério que até o CEO da maior rede social na internet se pronunciou a respeito. Mark Zuckerberg já chegou a afirmar que o Facebook não está preparado para enfrentar Fake News.

Como evitar?

1) Origem:
O primeiro passo, caro leitor, você já deu. Ao acessar sites de notícias de grandes e
tradicionais veículos de comunicação, como o Grupo O Liberal, você está seguro de que as
notícias aqui publicadas passam por todo o modus operandi de pesquisa, checagem de
fatos e produção de matérias.

2) Não leia só o título
Uma estratégia super comum é apelar para títulos bombásticos e absurdos. Ler o texto
completo é um passo básico para evitar compartilhar fake news.

3) Fuja do extremo sensacionalismo
As fake news tendem a conter palavras ou frases que despertam emoções ou mexem com
as crenças das pessoas, atingindo um maior potencial de divulgação e compartilhamento
nas redes sociais. Se parece algo muito inacreditável para ser verdade, fique com um pé
atrás.
Curtiu o texto? Compartilha aí que não é nada fake por aqui ;)
 

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