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Os 100 melhores filmes de todos os tempos - Sight and Sound

Marco Antonio Moreira

A prática de escolher e/ou selecionar os melhores de várias expressões artísticas sempre apresentou polêmicas e questionamentos. É natural que critérios e avaliações  sobre obras artísticas sejam razão para debates e críticas. É possível identificar no Cinema múltiplas listas sobre melhores filmes, diretores, atores, atrizes e outras categorias que fazem parte de uma obra fílmica. Mas, certamente, promover uma relação de melhores filmes de todos os tempos gera um interesse intenso e, muitas vezes, passional de muitos cinemaníacos e cinéfilos.

Entendo que todas as relações/seleções/escolhas de melhores filmes da sétima arte têm a proposta de provocar a curiosidade daqueles que admiram o Cinema. Nunca questionei de modo radical às diversas listas de filmes originadas de revistas ou sites especializados. Sempre me interessa procurar saber por que determinado filme está na lista final e outros, não. E para ter razões para questionar ou não essas listas era necessário  assistir todos os filmes que eu não conhecia entre os relacionados. Mas, em nossos tempos modernos, a intolerância em qualquer assunto é ação prioritária e a lista da Sight and Sound tem recebido fortes críticas por muitos que discordam da inclusão de algumas produções e exclusão de obras primas do cinema. 

A revista Sight & Sound publicou uma interessante relação de melhores filmes de todos os tempos. Essa revista de origem britânica tem publicações mensais com ótimos artigos sobre o cinema. Publicada pela primeira vez em 1932, a Sight and Sound tem confiabilidade no meio cinematográfico por demonstrar diversidade de opiniões em suas publicações. Sua relação de melhores filmes de todos os tempos é anunciada desde 1952 e realizada a cada dez anos.

Em 2022, a revista ouviu 1.639 críticos, programadores, curadores, arquivistas e acadêmicos que escolheram dez filmes cada um. Depois de várias listas com extraordinários clássicos do cinema na liderança como Cidadão Kane (1941), Vertigo Um Corpo que Caiu (1957) de Alfred Hitchcock e 2001 Uma Odisseia no Espaço (1968) de Stanley Kubrick a lista desse ano apresentou em primeiro lugar uma das obras mais importantes da filmografia da cineasta belga Chantal Akerman: Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce, 1080 Bruxelles (1975). É a primeira vez que uma obra dirigida por mulher encabeça a lista dos melhores filmes de todos os tempos.

Jeanne Dielman é um filme de longa duração (um pouco mais de 3 horas) que mostra a rotina de uma jovem viúva que mora com o filho adolescente. A rotina dessa mulher é filmada de modo sensível pela cineasta e provoca diversos questionamentos sobre sua vida e o papel da mulher na sociedade. Chantal Akerman foi uma cineasta que desenvolveu uma carreira com experiências estéticas originais que merecem observação e análise. Gosto muito dos filmes de Akerman e fico feliz que sua obra seja mais valorizada a partir da relação da Sight and Sound.

Com 11 filmes dirigidos por mulheres, ausência de muitos clássicos, produções brasileiras e latinas americanas e obras fílmicas de geniais cineastas que marcaram a história do cinema, a lista dos melhores filmes de todos os tempos da Sight and Sound deve ser conhecida e os filmes escolhidos merecem ser assistidos para novas e outras avaliações de críticos especializados e públicos. Conheça alguns dos filmes incluídos nas lista dos 100 melhores filmes de todos os tempos e tenha boas sessões de cinema:

Jeanne Dielman (1975) de Chantal Akerman, Vertigo Um Corpo que Cai (1958), Cidadão Kane (1941), Era Uma Vez em Tóquio (1953) de Yasujiro Ozu, Amor à Flor da Pele (2000) de Wong Kar-Wai, 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968) de Stanley Kubrick, Bom Trabalho (1998) de Claire Dennis, Cidade dos Sonhos (2001) de David Lynch, Um Homem com uma Câmera (1929) de Dziga Vertov, Cantando na Chuva (1951) de Stanley Donen, Aurora (1927) de F. W. Murnau, O Poderoso Chefão (1972) de Francis Copolla, A Regra do Jogo (1939) de Jean Renoir, Cléo das 5 às 7 (1962) de Agnès Varda, Rastros de Ódio (1956) de John Ford, Persona (1966) de Ingmar Bergman, Apocalypse Now (1979) de Francis Coppola, Os Sete Samurais (1954) de Akira Kurosawa, A Paixão de Joana d’Arc (1928) de Carl Dreyer, Pai e Filha (1949) de Yasujiro Ozu, Playtime – Tempo de Diversão (1967) de Jaques Tati, Faça a Coisa Certa (1989) de Spike Lee, A Grande Testemunha (1966) de Robert Bresson, Taxi Driver – Motorista de Táxi (1976) de Martin Scorsese, O Espelho (1975) de Andrei Tarkovski, Oito e meio (1963) de Federico Fellini, Psicose (1960) de Alfred Hitchcock, Luzes da Cidade (1931) de Charlie Chaplin, M, O Vampiro de Dusseldorf (1931) de Fritz Lang, Acossado (1960) de Jean-Luc Godard e Barry Lyndon (1975) de Stanley Kubrick.

Dicas da Semana:

Aftersun de Charlotte Welles. Vencedor de vários prêmios no British Independent Film Awards (BIFA), principal premiação do cinema independente do Reino Unido (Cine Líbero Luxardo).

Z de Costa Gavras. Com Yves Montand, Jean-Louis Trintignant, Irene Papas.  Oscar de melhor filme estrangeiro e montagem. Prêmio do Júri no Festival de Cannes (Cineclube do Sindicato dos Médicos do Pará).

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