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O nome acima do título do filme

Marco Antonio Moreira

Filmes são conhecidos e reconhecidos pelo público, mas diversas vezes não se reconhece os autores das obras fílmicas. Na maioria dos filmes realizados especificamente para exibição em salas de cinema comerciais é divulgado o nome dos atores com principal meio de propaganda. Nos anos 1930 e 1940, em Hollywood, o produtor era evidenciado nas propagandas. Mas houve uma época no cinema em que o nome do diretor surgia antes do título do filme em todas as mídias, inclusive nas fachadas dos cinemas de rua. Um dos cineastas que mais se destacou nesse período foi Alfred Hitchcock. Seu nome legitimava a qualidade do filme e gerava interesse imediato do público. A ideia de que um filme tem um autor e que esse vínculo deve ser considerado pelo público é importante. Os críticos franceses da revista Cahiers du Cinema como Jean-Luc Godard e François Truffaut lutaram pela valorização do diretor como o verdadeiro autor de um filme.

A política dos autores desenvolvida pelos jovens críticos dessa revista, a partir dos anos 1950, tinha como proposta refletir sobre o processo criativo da produção cinematográfica argumentando que um filme é uma obra de arte atrelada a expressão pessoal do seu diretor. O crítico de cinema, escritor e diretor Alexandre Astruc, em 1948, escreveu um famoso artigo chamado Naissance d’une Nouvelle Avant-garde: La Câmera Stylo, (Nascimento de uma nova vanguarda: A Câmera Caneta) onde refletiu sobre questões relacionadas a autoria de um filme em uma proposta que, posteriormente, foi retomada por François Truffaut, em 1954, no artigo Uma certa tendência do cinema francês.

É fundamental entender a relação entre autor/diretor e a obra fílmica. È uma maneira respeitosa de valorizar o trabalho de artistas que dedicaram sua carreira profissional ao Cinema. Esses artistas lutaram para constituir uma trajetória que expressava sua visão sobre o mundo a partir de histórias que em alguns casos não foram criadas por eles, mas foram desenvolvidas cinematograficamente por meio de fluxo criativo que adaptou roteiros, personagens e narrativas para criar conexões com suas interpretações sobre temas variados.

A credibilidade de um cineasta é, certamente, construída por filmes lançados em diversos anos e que, em sua maioria, foram admirados pela crítica especializada e diversos públicos. É difícil relacionar todos os cineastas que mereciam o nome antes dos títulos dos filmes em várias épocas pelo seu talento e genialidade, mas é válido indicar ao leitor alguns cineastas fundamentais da sétima arte para assistir suas obras e perceber sua importância para a história do Cinema: Charles Chaplin, David W. Griffith, Eric Von Stroheim, Carl Dreyer, F. W. Murnau, Serguei Eisenstein, Alfred Hitchcock, John Ford, Fritz Lang, Jean Renoir, Howard Hawks, Roberto Rosselini, Vittorio De Sica, Orson Welles, Luchino Visconti, John Huston, Akira Kurosawa, Stanley Kubrick, Ingmar Bergman, Federico Fellini, Ingmar Bergman, Stanley Kubrick, Andrzej Wajda, Keiji Mizoguchi, Michelangelo Antonioni, Jean-Luc Godard, François Truffaut, Andrei Tarkovski, Jean-Marie Straub, Agnès Varda, Glauber Rocha, Sérgio Leone, Woody Allen, Francis Coppola, Martin Scorsese, Brian de Palma, Alain Tanner, Werner Herzog, R. W. Fassbinder, Carlos Saura, Leon Hirszman, Paolo e Vitorio Taviani, Chantal Akerman, Theo Angelopoulos, Krzysztof Kieslowski e Bela Tarr.  

Carlos Saura

O cineasta Carlos Saura tornou-se imortal no dia 10 de fevereiro. Ele foi um dos cineastas mais importantes do cinema e merece todas as homenagens. Aprendi a gostar de Cinema por meio de muitos filmes de Saura como Ana e os Lobos, Cria Cuervos, Mamães faz 100 anos e Bodas de Sangue. Na próxima semana escreverei um texto especial para este grande artista do cinema. Obrigado, Carlos Saura!

Burt Bacharah

Essa semana o compositor Burt Bacharah tornou-se imortal. Depois de anos de composição, belíssimas canções e maravilhosas trilhas musicais, Bacharah será lembrado pelo talento, complexidade e simplicidade em sua música. As trilhas musicais de Butch Cassidy (1969) e Arthur (1982) são inesquecíveis. Obrigado, Burt Bacharah!

Dica da Semana

Cineclube do Sindicato dos Médicos do Pará (SINDMEPA): Biutiful de Alejandro Iñárritu. Com Javier Bardem. Sessão dia 14/02 às 19 h com entrada franca.

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