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Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

Cinemateca Brasileira digitaliza filmes nacionais

Marco Antonio Moreira

Foi anunciada esta semana a excelente notícia sobre a digitalização de diversos filmes brasileiros pela Cinemateca Brasileira, localizada em São Paulo (foto). Em um dos projetos mais importantes voltados à restauração e preservação do cinema nacional, a Cinemateca conseguiu recuperar, digitalizar e catalogar aproximadamente 1.893 filmes. Grande parte desse material é do início do século passado, especificamente do período entre 1900 e 1950. A iniciativa faz parte do projeto Viva Cinemateca.

A seleção dos filmes digitalizados inclui a coleção de películas em nitrato de celulose do acervo da Cinemateca, um dos mais antigos e frágeis dessa instituição. Em breve, todo o material digitalizado estará disponível gratuitamente no Banco de Conteúdos Culturais (BCC) e no site da Cinemateca. A coleção de filmes em nitrato de celulose da Cinemateca, considerada a mais antiga e delicada do acervo, abrange alguns dos títulos mais antigos da cinematografia brasileira. Entre as obras digitalizadas estão "Barulho na Universidade" (1943), anteriormente considerada perdida, o documentário mais antigo do acervo, "Cerimônias e Festa da Igreja em S. Maria" (1909), e "Amazônia e Rio Exposição de 1922", uma compilação de imagens feitas pelo diretor Silvino Santos entre 1919 e 1926.

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É essencial valorizar as ações de preservação da memória cultural do Brasil. Em muitos países, há uma prática consolidada de valorização de diversos tipos de acervos culturais, vinculados a variadas práticas artísticas. No entanto, no Brasil, em relação ao cinema e ao audiovisual, infelizmente, muito material foi perdido devido à falta de armazenamento e preservação adequados.

A Cinemateca Brasileira possui o maior acervo de filmes da América do Sul. Fundada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornou-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob a idealização do crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes. Após diversos períodos sem os recursos necessários para investir em projetos de preservação, finalmente, em uma nova fase, a Cinemateca nos brinda com uma notícia importante para o presente e o futuro da tão necessária memória do nosso audiovisual, que, de diversas maneiras, retrata a história do Brasil.

Parabéns, Cinemateca Brasileira!

Amazônia (FI)Doc

Lançamento oficial da nova edição do festival Amazônia (FI)Doc aconteceu no dia 23/05, no cine Líbero Luxardo. Será a 10ª edição do Festival Pan-Amazônico de Cinema. O festival terá Mostra Competitiva Pan-Amazônica (curtas/médias e longas) e Mostra Competitiva Amazônia Legal (curtas/médias e longas). Podem se inscrever filmes de ficção e documentário, em todos os formatos, produzidos ou coproduzidos nos 9 países da Pan-Amazônia: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Os vencedores receberão o Troféu Amazônia FIDOC, criado pelo artista visual e ceramista Ronaldo Guedes. As inscrições poderão ser feitas pelo site do festival até o dia 10 de setembro de 2024. Agradeço novamente a Zienhe Castro pelo convite para ser um dos curadores do festival. Participo do Amazônia Doc como curador desde sua primeira edição.

Filme B

Minicurso sobre o Filme B foi ministrado no dia 27/05. Ótimas dinâmicas e aprendizados. Foi importante e oportuno lembrar de nomes de filmes, cineastas e produtores como Roger Corman e Ed Wood. De algum modo, o conceito sobre os Filmes B se mantém cada vez que um cineasta pretender fazer um filme e tem dificuldades financeiras para realizá-lo. Agradeço a direção e equipe da Casa das Artes e o público presente nessa ação de cultura cinematográfica.

Tarkovski

A "Roda de Cinema" do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), em homenagem ao mestre Andrei Tarkovski, foi realizada no dia 29/05 na Casa das Artes. Foi um belo momento de cinefilia dedicado ao mestre Tarkovski. Agradeço à direção e equipe da Casa das Artes, ao amigo e parceiro Ricardo Evandro Martins, e ao público presente por participar dessa celebração da cultura cinematográfica. Viva Tarkovski!

Dicas da Semana

“Jardim dos Prazeres” de Paul Schrader, “A Filha do Palhaço” e “Às Vezes quero sumir” (Cine Líbero Luxardo).

“O Criado” de Joseph Losey. Com Dirk Bogarde, James Fox, Sarah Miles (Cineclube SINDMEPA. Dia 04/06, às 19h. Entrada gratuita)

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