MENU

BUSCA

Uma noite da primeira, como nos velhos tempos

Carlos Ferreira

Há quanto tempo não tínhamos Remo e Paysandu na mesma noite contra dois gigantes do futebol brasileiro? Há décadas! Mais importante que a resposta é a reflexão, até porque isso ocorre quando voltamos a ter um estádio de padrão internacional, temos torcidas grandiosas e sempre muito presentes, mas com os nossos principais clubes atolados na Série C. Só mesmo a Copa do Brasil poderia nos proporcionar, hoje, uma noite de primeira: Fluminense x Paysandu, Remo x Corinthians.

São jogos que supermotivam e que desafiam à superação em esforço, concentração e aplicação tática. Chances...? Talvez! Acima de tudo, precisa haver compromisso em honrar as torcidas. A menos de um mês das estreias na Série C, Leão e Papão estão postos à prova em jogos dos sonhos. Que sejam dignos!

Raridade para os clube, nem tanto para os atletas

Para a maioria dos profissionais de Remo e Paysandu, jogos contra gigantes como Corinthians e Fluminense têm sido recorrentes. O que há de diferente é a circunstância jogar sob intensa cobrança, principalmente os remistas, que gastaram em duas derrotas para o rival o crédito que vinham construindo. Agora, o crédito é dos bicolores.

Na prática, ter mais ou menos crédito significa mais ou menos autoconfiança. Os remistas vão ter a força da torcida e vão se sentir ainda mais cobrados, diante do Corinthians. É jogo pra dizer que time o Remo tem! Os bicolores, por mais confiantes que estejam, não têm direito a vacilos diante do time mais envolvente do país.

BAIXINHAS

* Ausência muito sentida no Re-Pa, Pablo Roberto reaparece como principal peça de conexão do time azulino, além de ser uma força expressiva de marcação na engrenagem de Marcelo Cabo.

* Pelas características do Fluminense, Márcio Fernandes deve estar ajustando o sistema de marcação. Isso, provavelmente, vai implicar em mais um volante/meia na vaga de Vinícius Leite, provavelmente Jimenez.

* Não é demais lembrar que classificação à quarta fase da Copa do Brasil vale R$ 3,3 milhões. Isso eleva ainda mais a dimensão do sonho para os clubes paraenses, nessas batalhas grandiosas.

* O Águia já não tem mais como sonhar. Tomou 6 x 1 do Fortaleza num jogo em que o goleiro Axel Lopes foi o maior destaque, com grandes defesas que evitaram uma goleada bem maior. Assim mesmo, massacre!

* Paulo Henrique Ganso, cracão do Flu, é declaradamente remista, porém fruto das bases da Tuna e do Paysandu. Teve saída polêmica do Papão para o Santos, com apadrinhamento de Giovanni.

* Remo 1 x 0 Corinthians, gol de Jacy, campeonato brasileiro de 1980. O Timão chegou com uma invencibilidade de 16 jogos. O Remo, em crise, improvisou o zagueiro e capitão Dutra como técnico.

* Vitórias consecutivas sobre Corinthians em Belém, Portuguesa e CRB fora, classificaram o Leão Azul para  a fase seguinte, e Dutra virou técnico de vez, para ser campeão brasileirocom a Tuna em 1985. Lembrança oportuna para o momento adverso dos azulinos!

* Ari Barros, sorte ou influência direta no revigoramento do Paysandu? O executivo chegou e se fez notar com novas normas na Curuzu e novo perfil nas contratações, buscando atletas mais jovens. No mínimo, contribuiu na reação conduzida por Márcio Fernandes.

* Se há uma unanimidade na torcida do Remo, agora  é o lateral Raí. Todos contra ele, por duas falhas graves no Re-Pa, uma delas resultando na expulsão de Ícaro. Raí é um jogador de bom potencial, mas que ainda não amadureceu o bastante. Pensa que joga mais do que joga. E o pior: resolveu arriscar justamente no Re-Pa. 

Carlos Ferreira