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Remo e Paysandu fazem uma das maiores festas do futebol brasileiro neste domingo

Carlos Ferreira

Re-Pa: corações a mil na noite deste domingo

Bem encaixado numa proposta de jogo objetiva, o Paysandu tornou-se um time tão consistente que não perde há 14 jogos. O time bicolor pratica futebol de resultado, um “feijão com arroz bem temperado”, bem ao estilo Hélio dos Anjos. O Remo, de Márcio Fernandes, vive uma crise de identidade. Começou envolvente com a sua troca de passes, mas se descaracterizou com Zotti nos passes longos, com Eduardo Ramos na condução de bola e com Neto Baiano projetado na área. O time azulino vive uma transição no perfil tático e nesse Re-Pa vai depender muito das individualidades. 

Como as chances de classificação se confundem com os riscos de eliminação, e o perigo é maior para o Leão Azul, o Re-Pa tende a ser dramático para as duas torcidas, até por dividir atenções e emoções com os jogos simultâneos de Caxias (Juventude x Ypiranga) e de Porto Alegre (São José x Volta Redonda). Corações a mil na noite deste domingo! 

 

Festa no Mangueirão deve ser a segunda maior de hoje no país 

Mesmo com todos os ingressos vendidos, o Re-Pa ainda deve perder em público para Ceará x Flamengo, em Fortaleza, também hoje à noite. Mas, por ser uma decisão, o clássico paraense vai ganhar em emoção.  Com certeza, um jogão no quarto confronto dos rivais paraenses na temporada.

Jogão, neste caso, é tudo menos espetáculo. O Re-Pa vai ter sua grandiosidade nas arquibancadas, na carga de emoção, no aguerrimento dos atletas e na simbologia. Para a qualidade do futebol a expectativa é bem realista: jogo truncado, com muito mais força do que talento. Ainda bem que a paixão das nações azulina e bicolor é maior pelos clubes do que por futebol.

 

BAIXINHAS

* Até o final do século passado, torcedores se completavam nos estádios com um radinho de pilha. Nestas duas primeiras décadas do século 21, o aparelho indispensável passou a ser o celular, ou melhor, o smartphone.

* Hoje, o interesse nos resultados de Juventude x Ypiranga e São José x Volta Redonda torna ainda mais importante o smartphone. O dia é para um olho no Re-Pa e outro na telinha, com emoções em dobro. O clássico de hoje tem circunstâncias inéditas.

* A classificação é o objetivo fundamental pelo qual todos estão mobilizados, de ambos os lados. Quanto a ficar entre os dois primeiros para decidir o "mata mata" em casa, essa já é uma meta discutível. Muitos preferem terceira ou quarta posição para fechar a próxima fase na casa do adversário.

* Para times de massa como Leão e Papão, de  tão grande carga emocional, considero mais apropriado decidir o acesso como visitante, principalmente se o adversário for de massa e tradição. O jogo em casa não sendo definitivo, impacta menos na serenidade e no desempenho.

* Passei a pensar assim ao avaliar que, à medida que o futebol foi ganhando intensidade e perdendo talento, quem faz boa marcação leva vantagem psicológica nos jogos mais tensos, mais decisivos. O nervosismo é muito maior para o time que não pode frustrar o público, geralmente com estádio lotado.

* A questão é instigante e o debate é livre. Antes, porém, que Leão e Papão se classifiquem. Oxalá!

Carlos Ferreira