Paysandu x Tuna, clássico sim! Quem disse que não?

A Tuna havia perdido respeito de tal forma que, para muitos, os seus jogos contra Remo e Paysandu já não eram mais clássicos. Neste campeonato, a Tuna resgatou o respeito de todos, de tal forma que ninguém pode mais duvidar do seu status. Hoje tem clássico sim, e valendo título (!), com o time luso brasileiro em significativa vantagem sobre o Papão.

O resgate da força da Tuna pode ser medido no recorde de venda de camisas, nos espaços que voltou a ocupar em todos os segmentos da imprensa, no carinho do público em geral. O título, hoje, seria a consagração! Todos os afagos para a presidente Graciete Maués, principal símbolo desse despertar da Águia, a um passo de entrar para a história do Campeonato Paraense como primeira mulher presidente campeã.

Eutrópio sob um novo modelo de pressão

O time do Paysandu está pressionado a vencer a Tuna e conquistar o título, nos 90 minutos ou nos pênaltis. É uma pressão pelos débitos acumulados no campeonato. O técnico Vinícius Eutrópio, que acabou de chegar, também já está pressionado, sob reprovação, como atesta uma onda de manifestações das redes sociais. E esse é o ponto em questão.

No recente mundo analógico, os técnicos e jogadores sofriam ataques presenciais, nos treinos e nos jogos. Os clubes afastaram os torcedores dos treinos e a pandemia os afastou dos jogos. Mas a conexão do mundo digital permite aos torcedores exercerem sua pressão por 24 horas. Vinícius Eutrópio sabe bem da rejeição e das hostilidades, como também da voz dos seus defensores.

BAIXINHAS

*Nas situações mais adversas, técnicos e jogadores suspendem a comunicação com os torcedores. Mas não abrem mão das redes sociais, que valem como parâmetro do prestígio ou de desprestígio, pelos afagos ou pelas hostilidades. É assim nessa sociedade digital, não só no futebol.

*Constatação que o presidente Rogério Caboclo, da CBF, deve levar de Belém. Há uma transição promissora. O futebol paraense está ganhando a Arena Mangueirão e os três clubes mais tradicionais vivem momentos distintos.

*O Paysandu teve significativos avanços nesta segunda década do milênio, patinou, recuou e faz força para voltar a avançar. O Remo saiu do atoleiro e está avançando nas estruturas física e organizacional, já recuperando espaços, como na Série B. A Tuna está pujante no seu ressurgimento na elite regional. E o Castanhal, bem estruturado, dá sinais de decolagem.

*Novas peças e o mesmo sistema de jogo. O Remo contratou jogadores com características para as mesmas funções atuais, na perspectiva de elevar o nível do time na qualidade técnica. Nada mais coerente! Vejamos, na prática, se as contratações realmente reforçam o Leão nos padrões da Série B, como a torcida espera.

*Como estão, em 2021, jogadores que deixaram o Paysandu em 2020? Gabriel Leite esteve no rebaixado no Pelotas, no Gaúcho. Micael e Juninho, titulares do Paraná. Elielton trocou o Paraná pelo Floresta/CE, onde também está o lateral Tony, após pífia passagem pelo São Caetano/SP. PH jogou o Paulistão pelo Santo André. Alex Maranhão está no União Rondonópolis, Uilliam Barros no Criciúma e Matheus Anderson no Mirassol.