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Parazão 2020 corre risco de ter o mesmo fim que o embrião

Carlos Ferreira

Se não continuar, Parazão 2020 repete destino do "embrião"

A história conta que o campeonato paraense de futebol teve a sua primeira edição em 1908, fechada com o União Esportiva campeão. Na realidade, porém, houve uma edição não concluída em 1906, com oito equipes: Belém, Brasil, Sport Pará, Sportivo, Recreativo, Pará Club, Internacional e Pará FBC.

A competição, que não chegou a ser oficializada, prolongou-se até junho de 1907, àquela altura com o Pará Clube na liderança. Divergências impediram a conclusão. Assim, abortou-se o "embrião" do agora centenário Parazão, que não teve disputas em 1909, 1911, 1912, 1935 e 1949. Nas 107 edições concluídas, 47 títulos do Paysandu, 46 do Remo, 10 da Tuna, 02 do União Esportiva, 01 do Independente e 01 do Cametá.

 

Ainda impera o casuísmo

Tal como em 1906, o casuísmo impera nas divergências entre os clubes, que estão divididos em três linhas de interesses: os que querem o prosseguimento, os que querem a anulação e os que querem o cancelamento do restante, mas prevalecendo a classificação atual para efeito de acesso às competições da CBF, sem rebaixamento.

Muito longe de um consenso, os clubes seguem dialogando e esperando por orientações da CBF e decisões da FPF. Alguns com atletas em atividades no isolamento social, outros em férias e outros já com elenco dissolvido. Da tabela original faltam 16 jogos: dez das duas últimas rodadas da fase classificatória, quatro das semifinais e dois da decisão.

 

BAIXINHAS

* Convém ao Paysandu ser proclamado campeão caso seja cancelado o restante do campeonato. Ao Remo, obviamente convém que não. Eis um impasse que nem deveria existir, e a questão sequer suscitada, se o olhar geral fosse para uma solução salomônica. Ou seja, criteriosa e sábia, mas que não necessariamente agradasse a todos.

* Castanhal e Paragominas acenam, agora, com proposta para que o Parazão 2020 fique sem campeão e que a FPF e os clubes dediquem o título aos profissionais de saúde, heróis na luta contra o novo coronavírus, causador da suspensão do campeonato.

* A FPF planeja para o dia 6 de abril uma reunião com os clubes para tratar de uma solução para o destino do Parazão 2020. Enquanto isso os clubes trocam ideias e divergem muito na defesa dos seus interesses.

* Prevenindo-se do assédio de empresários ao menino Ronald, lateral esquerdo de 17 anos, agora tratado como uma jóia, o Remo prolongou o vínculo do atleta até 2023. Já o caso Rony, lateral direito, continua rendendo na Justiça, entre liminares e recursos.

* Muito pertinente a proposta de uma linha de crédito do Banpará para os clubes. Empréstimos em condições especiais, como o Banco já está disponibilizando para autônomos e empresas. Afinal, clubes e Banpará já têm parceria. O Remo é o mais ansioso por essa possibilidade, pelo desabamento das receitas e pelo bloqueio de patrocínios na Justiça do Trabalho.

Carlos Ferreira