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Homenagem: no paladar e em ligações afetivas, Pelé foi um pouco paraense

Carlos Ferreira

Nos últimos anos de vida, Pelé tornou-se um pouco paraense saboreando açaí, cupuaçu, bacuri e outras delícias do Pará. Também usava óleo de andiroba, copaíba e outras soluções medicinais da nossa região, que ganhava de um amigo que conheceu através de outro amigo paraense.

Pelé já era um gigante, com duas Copas do Mundo, quando fez a gentileza de vestir a camisa do Remo naquela ocasião. Uma expressão de humildade que completou o encanto de quem curtiu o show do rei em campo, no amistoso. Em meio ao assédio, o rei lamentou ter perdido uma medalhinha de Nossa Senhora de Nazaré. Mas o destino lhe guardava preciosa parceria com Manoel Maria, que estava na arquibancada, e quatro anos depois se tornaria colega de Pelé no ataque do Santos. Depois na Seleção Brasileira e também no Cosmos (Estados Unidos).

Uma grande amizade que se estenderia às famílias e ensejaria outras amizades de Pelé no Pará, a principal com o empresário castanhalense Wanderley Melo, de quem recebia polpas das nossas frutas, óleo de andiroba, óleo de copaíba... Wanderley virou frequentador da casa do rei e recebeu visita da esposa de Pelé, Márcia Aoki, em Castanhal. Isso também explica a foto de Pelé com a camisa do Castanhal, ao lado de Manoel Maria, para imensa honra de todos no Japiim. 

Pelo paladar e por ligações afetivas, Pelé soube o que significa a expressão "paidégua" e deve tê-la entendido como felicidade. Agora, saudade!

Carlos Ferreira