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Mesmo com avanços, ainda é grande a defasagem na gestão 

Carlos Ferreira

O Paysandu foi festejado nos últimos anos pelos significativos avanços na gestão, no entanto continua em defasagem. O Remo esteve abaixo dos níveis toleráveis de má gestão, sob descrédito e desgovernança. Finalmente o Leão entra em transição para um nível aceitável de administração, seguindo passos do rival: pagando dívidas, abrindo novos negócios e reconquistando a confiança do mercado. 
     
Se o Papão não está em melhor patamar é por muitos equívocos no futebol e na comunicação. Ou seja, no produto e na relação com a clientela. O reflexo está no rebaixamento à Série C e nos baixos números de público. O Leão sofreu o duríssimo castigo de sete anos na Série D, mas com a torcida sempre muito presente. Tem algumas etapas a superar até chegar a uma rotina de funcionamento profissional. 

Paulistas e paranaenses são metade da Série B 

Guarani, Ponte Preta, Oeste, São Bento, Botafogo, Bragantino, Paraná, Londrina, Operário e Coritiba. Dez clubes paulistas e paranaenses entre os 20 da Série B. Coincidência? Claro que não!

Os dez clubes citados são de regiões ricas e geridos numa mentalidade profissional, sem as tantas picuinhas que atravancam Remo e Paysandu muito mais que a pobreza da região norte. Com a grandiosidade das suas torcidas, Leão e Papão só precisam enfrentar e vencer as suas próprias mazelas para subirem ao nível de Série B e se permitirem sonhar com a Série A. Potencial existe. Falta direcionamento. 

BAIXINHAS

► Se a Série C já não valia tanto a pena, menos agora com a perda da visibilidade que tinha com o saudoso Esporte Interativo. Com a entrada da Dazn, via You Tube, e da Band, o campeonato tem sua vitrine sim, mas com menor volume de transmissões e menor atratatividade de público e de patrocinadores, pelo menos nesse período de adaptação. 

► No histórico do Paysandu no resgate de quem já fez sucesso no clube, os que repetiram o sucesso são exceções, como Robgol, Sandro e Vânderson. A maioria foi caricata na segunda passagem, como Yarlei, João Lucas, Fabio Sanches, Gualberto, Thiago Potiguar, Fabrício, Ruan, Bruno Veiga... Em que grupo Tiago Luiz vai se encaixar? Entre os que reafirmaram o sucesso ou os que queimaram o filme? 

► Se Remo e Paysandu fizeram alguma preparação dos seus profissionais para as alterações nas regras do futebol agiram em segredo. Na realidade, não deram a devida importância. E o despreparo implica em punições pelas quais não podem se queixar, sobretudo no que diz respeito à relação com a arbitragem. 

► Em 2015 o Remo foi campeão vencendo o Independente por 2 x 0 na finalíssima e conquistou acesso no Brasileiro. Como este ano repepetiu a primeira parte da história, o Leão despertou a crença em repetição completa. Será que sim? Será que não? 

► Gangorra no ranking de títulos estaduais no Pará. O Remo liderou até 1943. No ano seguinte o Paysandu empatou. O Papão liderou do final da década de 40 até metade da década de 50. O Leão prevaleceu nas décadas de 70 e 90, e o Papão nas décadas de 80 e 00. As demais foram equibradas. Agora está 47 x 46 para o Paysandu em títulos do Parazão.

Carlos Ferreira